quinta-feira, 9 de maio de 2013

ZONA FRANCA TOMBA, MAS NÃO CAI




A Zona Franca possui mais de 600 indústrias, que empregam mais de 100 mil operários.
Texto: Vereador Mário Frota*

É necessário que o modelo da Zona Franca seja redirecionado, com propósito de interiorizar o progresso gerado em Manaus e, assim, salvar o nosso interior, secularmente marcado pelo abandono e pela miséria.
Políticos, governantes e empresários comemoram a vitória diferençada da Zona Franca na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Espera-se, agora, uma vitória definitiva, quando ocorrer a votação no plenário do Senado, fato previsto para os próximos 15 dias.
46 anos de existência e, vez por outra, a nossa Zona Franca enfrenta solavancos, porém, felizmente, tomba, mas não cai. Portanto, há quase meio século, o modelo econômico a nós concedido pela Ditadura Militar, pelas mãos do general-presidente Humberto Castelo Branco, caminha sobre o fio da navalha, ao sabor da vontade de políticos que, caso queiram, podem amanhã acabar com ela.
O modelo Zona Franca, com base em incentivos fiscais, até a presente data, em termos de progresso econômico, ainda está preso a Manaus, com as suas mais de 600 indústrias, que empregam mais de 100 mil operários. Com o passar de todos esses anos, a capital amazonense transformou-se numa megalópole, saltando de pouco mais de 200 mil habitantes, em 1967, quando foi criada, para os mais de 2 milhões  atualmente.
O inchaço de Manaus deveu-se ao êxodo das populações do interior que buscaram os empregos oferecidos pelas fábricas do Distrito Industrial da Suframa e pelas populações oriundas de outras Unidades da Federação, a exemplo de pessoas que aqui chegaram, em especial dos Estados do Pará, Maranhão e Ceará.
Que vamos superar a crise que ameaça a Zona Franca, não tenho dúvida. O problema é se daqui em diante os governantes deste Estado vão continuar agindo como se esse modelo econômico fosse para toda a eternidade. É bom que, a partir de agora, procurem eles por outras alternativas econômicas,  capazes de assegurar a economia desta terra, caso a lei que criou a Zona Franca um dia venha a ser extinta.   Por exemplo, por que não pensar no turismo, hoje falido, no Estado?
Pelo visto, vamos chegar aos 80 anos da Zona Franca com o Estado na situação que está, ou seja, com uma economia pujante na capital, mas com um interior falido, aonde não chega o braço do governo na área da saúde e educação. Financiamento para incentivar e fomentar projetos agro-pastoris não existe. Não há indústrias no interior. Em verdade, só quem emprega nos municípios do interior são as prefeituras, arma usada pelos prefeitos para ganhar eleição. É necessário que o modelo da Zona Franca seja redirecionado, com propósito de interiorizar o progresso gerado em Manaus e, assim, salvar o nosso interior, secularmente marcado pelo abandono e pela miséria. (Foto:www.istoe.com.br)

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale conosco ou comente esta matéria