A ponte construída sobre o Rio Negro, ora batizada de Ponte Rio Negro, foi inaugurada em grande estilo, com a presença da Presidenta Dilma Roussef, do governador Omar Aziz, do Eduardo Braga, entre outros.
Lembro-me que alguns políticos colocaram-se contra a construção da Ponte, a exemplo do ex-governador Gilberto Mestrinho que, pela imprensa, afirmou que ela saia do nada para lugar nenhum. À época, da tribuna, discordei da posição de Mestrinho, em minha opinião equivocada, despeitada, com forte cheiro de inveja. Desde o início, defendi que a ponte era fundamental para a integração e o desenvolvimento de Manaus e dos municípios do outro lado do rio.
Quando deputado estadual, da tribuna, por vários vezes me manifestei pedindo ao então governador Eduardo Braga que tocasse a obra. Preocupado com a demora fui até ele e, na ocasião, a título de incentivo, disse-lhe que não são as pequenas obras que marcam a administração de um governante, mas os grandes desafios, ou seja, os sonhos transformados em realidade. A título de exemplo veio-me à cabeça três deles: O Aterro do Flamengo, de Carlos Lacerda, que mudou a cara do Rio de Janeiro; o Teatro Amazonas, expoente da obra de Eduardo Ribeiro; e Brasília, o audacioso mega projeto de Juscelino Kubitschek.
Em seguida, afirmei: não vai ser o Prosamim ou qualquer outra obra menor que vai projetá-lo para a história, mas, com certeza, a ponte sobre o Rio Negro, por duas razões: primeiro pela sua real importância como fator de integração e desenvolvimento; segundo, pela grande visibilidade, fato indiscutível, haja vista que, de forma espetacular, ela alterou o visual do rio em frente a Manaus, em termos definitivos.
Discordo em gênero, número e grau dos que afirmavam que a Ponte Rio Negro não ia servir para nada, que seria dinheiro jogado fora, recursos preciosos que poderiam ser investidos em saúde, educação e segurança. Pessoalmente não penso assim. A Ponte Rio Negro é uma obra para o presente e futuro, que me lembra o ensinamento de Rui Barbosa de que “dá melhores resultados plantar semente de carvalho do que de abóbora”. Para o Águia de Haia o carvalho representava o futuro, assim como essa ponte, ora inaugurada.
A construção de pontes sobre os igarapés que cruzam Manaus nos libertou das catraias, e agora, com a ponte sobre o Rio Negro, o nosso povo deixa para trás as balsas, uma tradição que morre, que não deixa saudades a ninguém, e que já vai tarde.
Por: Vereador Mário Frota (PSDB)
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Fotos: g1.globo.com, correiobraziliense.com.br, acritica.uol.com.br