Pesquisa feita pelo DataFolha, antes das eleições deste ano, apontavam que mais de 71 por cento dos eleitores entrevistados não lembravam em quem haviam votado para deputado estadual e federal. Possivelmente, daqui a mais um ou dois anos, o percentual dos que votaram nas eleições de outubro vai ser o mesmo, ou, quem sabe, até mais elevado.
É por causa desse tipo de eleitor, que vota de forma irresponsável, sem examinar a história do candidato - se presta ou se trata de um patife que quer manipular um mandato político para se dar bem na vida - é que a classe política deste país continua ruim, na sua grande maioria atrelada ao dinheiro dos respectivos poderes executivos, em busca de fazer negócios e enriquecer.
Por que, por exemplo, os nossos legislativos municipal e estadual estão lotados de neguinhos apoiando o prefeito e o governador? É pelos belos olhos deles? Coisa nenhuma! São os favores, muitos milionários, basta ver o número de deputados estaduais que montaram clínicas, fundações e outros tipos de arapucas, que se empanturraram com dinheiro dos impostos do contribuinte.
Em época de eleição essas entidades financiam a campanha dos seus proprietários que voltam à Assembléia para continuar mamando nas tetas da viúva e fazer o de sempre: continuar bajulando o governador de plantão, seja lá ele quem for. É um círculo viciado, vicioso e interminável, praticado pelo responsável por compras de votos de eleitores que, um mês depois da eleição, já não recordam em quem votaram.
Com esse tipo de candidato e de eleitor como fazer esse país transformar-se no que os homens e mulheres conscientes o desejam que seja? É muito difícil. O certo seria a cada eleição o processo de escolha sofrer depuração e os parlamentares do país melhorar. Numa democracia verdadeira é isso que se espera, agora, num país em que o voto das populações despolitizadas continuam manipuladas pelo cabresto eleitoral, à base de muito dinheiro, é impossível tal evolução.
É por isso – e quem duvida – que o Brasil continua marcando passo, sendo apontado, mesmo entre países pobres da América do Sul, em termos de educação, saúde saneamento e segurança, bem abaixo da maioria. Fato que, convenhamos, é uma vergonha.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM