O que existe é o interesse desse grupo de abocanhar a grana oriunda da tal Contribuição Sindical, que os trabalhadores são obrigados a recolher todo ano para as organizações sindicais.
A declaração dos líderes do movimento de greve, de que nos próximos dias vão paralisar a cidade, não deixando circular nem mesmo os 30% dos ônibus, conforme obriga a Lei, é uma declaração de guerra contra as autoridades que integram o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público do Estado, o Tribunal de Justiça, o Sinetram e a própria Prefeitura, que é a responsável pela concessão desse tipo de serviço de natureza pública. Trata-se, portanto, de incitamento à desobediência civil. O que é crime.
Como se não bastasse o que ilegalmente fizeram na última terça-feira, quando deixaram, sem qualquer aviso, mais de 500 mil pessoas sem ônibus, agora desejam repetir a dose, na marra, mais uma vez estuprando a Lei, fato que pode ocasionar prejuízos incalculáveis à sociedade.
E agora? Há reivindicação salarial ou exigência de segurança no trabalho na justificação desse pessoal para fazer a greve? Coisa nenhuma. O que existe é o interesse desse grupo de abocanhar a grana oriunda da tal Contribuição Sindical, nome dado ao confisco de um dia de trabalho que os trabalhadores deste País são obrigados a recolher todo ano para as organizações sindicais. O resto é enganação! É conversa para boi dormir.
É complicado este País. O Ismael, o precursor no Amazonas do Movimento dos Sem Terra, por decisão judicial, apodrece numa cela infecta de uma penitenciária do Estado. Ismael, por tudo que sei, é um homem pobre e não tem um barraco para morar, assim como nunca matou, roubou ou estuprou ninguém. Graças à sua luta, milhares de famílias humildes têm hoje um lar para viver.
Ora, senhores e senhoras, enquanto o Ismael injustamente está preso, os delinqüentes que provocaram o badernaço da última terça abanam a cara da Justiça, ameaçam ilegalmente retirar todos os ônibus de circulação nos próximos dias, e nenhum juiz manda prender ninguém. Este Brasil, decididamente, não é o que eu quero para os meus filhos e netos.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto: paulopes.com.br