segunda-feira, 16 de maio de 2011

CRIME DE PRESIDENTE FIGUEIREDO: POLICIAIS FORAM PARA MATAR OU SÃO DESPREPARADOS?

Delegacia do 33º. Distrito de Polícia de Presidente Figueiredo


CADA VEZ MAIS ATUAL O CLÁSSICO DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA: SOCORRO, CHAMEM O BANDIDO. É muita estranha a versão da polícia sobre o lamentável e estúpido episódio ocorrido no município de Presidente Figueiredo, nesse último fim de semana, em que um empresário, Fernando Araújo, pai de duas filhas terminou covardemente assassinado pela Polícia Civil, dentro da sua própria casa, na presença de duas crianças e da esposa.

Tudo aconteceu em razão de uma busca e apreensão judicial, com objetivo de recolher material (computador, documentos, etc) que pudesse comprovar o envolvimento do empresário em pressuposto crime de pedofilia. Até aí tudo bem. Decisão judicial cumpre-se e recorre-se depois, se for o caso.

Aprendi na Faculdade do Largo dos Remédios, na velha Jaqueira, do meu mestre de Direito Penal, o saudoso professor Paulo Pinto Nery, que a tradição dos juízes brasileiros, em caso de busca e apreensão em residências, em respeito à família e filhos do procurado, a casa deve ser cercada à noite e, pela manhã, a polícia deve fazer o que tem que ser feito, com a máxima cautela, para não se criar traumas aos familiares.

Nesse particular a Polícia Federal é mestre. Tudo é feito com rapidez, sem atropelos e morte de um pai de família em frente à mulher e filhos. A presepada em Presidente Figueiredo é fruto da incompetência e insanidade de quem, pelo que se depreende, não foi fazer simples apreensão de objetos, mas com o indisfarçável desejo de matar. Pelo que li e vi nos jornais, pode-se perceber a mentira dos policiais pelo rombo das balas e o sangue escorrendo na cama. Tudo indica que pegaram a vítima ainda deitada. Basta ver o furo das balas deixadas no colchão.

O que os jornais publicaram é que, antes das 6:00 horas, duas portas da casa foram arrombadas pela Polícia. A mulher da vítima complementa que bateram na porta do quarto dizendo que era a Polícia. Segundo ela, o marido disse: “se é a polícia, pode entrar. Entraram e, sem iniciar qualquer diálogo, foram logo atirando. Das duas uma: ou por alguma razão os policiais foram mesmo para matar, ou são despreparados para fazer esse tipo de operação, que terminou em tragédia.

Para disfarçar, os policiais apresentaram como troféu um computador, uma pistola e algumas balas encontradas, fórmula manjada de tentar desqualificar a vítima por eles assassinada à sangue frio. A arma, segundo os parentes do empresário, estava legalizada e, quem tem uma arma, é óbvio que deve ter algumas balas. O empresário Fernando Araújo era um temido facínora, um serial Killer? Dá licença! Isso é uma vergonha. Não fosse dramático, seria ridículo. Episódios infames como esse é que levaram Chico Buarque a compor o clássico: “SOCORRO, CHAMEM O BANDIDO”.

Por: Vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

Foto: policiacivildoamazonas.blogspot.com