Esse Negão é um camaleão que muda de cor como a rapidez de um raio. Dependendo das circunstâncias, ele pode ficar azul, vermelho, verde, e vai por aí.
Em conhecida música, em ritmo de tango, Nelson Gonçalves arrancava aplausos quando, com aquele vozeirão afinado que Deus lhe deu, expressava a frase: “o cabaré inflama, quando ela passa.”
Agora, o Amazonino vem de público e incendeia o cabaré em que se transformou a polêmica da água e, de forma inesperada e teatral, anuncia que quer a CPI da água instalada, já. Aí o cabaré inflamou como na música do saudoso Nelson, o que pode até terminar em tiroteio, com muitas vítimas, inclusive o corpo dele, do Amazonino, tombado no chão, vermelho de sangue, como na dramatização de outro conhecido tango. Nunca vi coisa mais ridícula.
Esse Negão é um camaleão que muda de cor como a rapidez de um raio. Dependendo das circunstâncias, ele pode ficar azul, vermelho, verde, e vai por aí. Até ontem, fugia como o diabo foge da cruz, da idéia de uma CPI instalada para investigar os responsáveis pela tragédia que envolve a falta de água em Manaus, entre os quais ele é o principal ator. Agora, muda de idéia, vem de público e exige que a CPI seja instalada e, pelo que se sabe, já orientou os seus dóceis cordeirinhos na Câmara a assinar a CPI. Será que esse Negão é bipolar, ou é só mais um gesto de demagogia, matéria da qual ele é mestre?
Algumas pessoas, com o passar do tempo, demonstram mais equilíbrio e sabedoria. Com o Amazonino, parece ser o contrário. Com o passar do tempo, em vez de demonstrar austeridade de comportamento, até em respeito aos seus cabelos brancos, está pior, tropeça nas palavras, passou a ter comportamento hilário, não condizente com os seus mais de 70 anos.
Esse tipo de comportamento me faz lembrar um episódio que ficou conhecido por ‘Questão Coimbrã’, fato ocorrido em Portugal, no fim do século retrasado. Tudo aconteceu quando dois escritores ilustres, Antero de Quental, na época com 25 anos e Antônio de Castilho, que já havia ultrapassado os 80. A polêmica invadiu os jornais e revistas e terminou com uma frase ferina de Antero contra o seu antigo professor: “Mestre, me desagrada tanto uma criança grave, quanto um velho frívolo”.
Não sei se Amazonino conhece esse episódio. Acredito que não. Caso conhecesse não gostaria de passar pelo vexame que atingiu de cheio Antônio de Castilho. Toma juízo, Amazonino! Pelo menos respeita os teus cabelos brancos.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM