terça-feira, 10 de junho de 2014

ARTHUR MANDA REABRIR O BAR CALDEIRA FECHADO SOB ORDEM DE UM MAJOR DA POLÍCIA MILITAR



Por: Vereador Mário Frota*
Fui à tribuna, relatei aos colegas os fatos e deplorei a atitude dessas pessoas que lacraram e ameaçaram esses dois bares, dos mais tradicionais de Manaus, símbolos da nossa história, a exemplo de outros estabelecimentos como o Café Pina, Bar do Cipriano, Jangadeiro, Katikero e São Marcos, esse ora fechado, mais conhecido pelos boêmios da cidade como bar dos Cornos.
Costumo dizer que o governante, por mais bem informado que seja, enfrenta dificuldades de ver o que acontece nos andares de baixo da sua administração, principalmente no que diz respeito aos subordinados que ocupam o terceiro e quarto escalões.
Nessa segunda feira fui surpreendido em meu gabinete com a notícia de que o Bar Caldeira, manu militari (por meio da força), havia sido fechado por decisão de um grupo integrado por várias secretarias do município, sob o comando de um major da Polícia Militar que, segundo afirmou de público, “estava cumprindo decisão do Ministério Público do Estado”. No outro dia, o mesmo grupo fez ameaças de fechamento aos proprietários do Bar do Armando, segundo apurou o assessor do meu gabinete, designado para apurar a ocorrência.
Ao receber a denúncia liguei para o Roberto Moita, diretor presidente do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano - Implub, que recebeu a notícia dizendo-me que, em nenhum momento havia dado tal ordem de fechamento do bar em questão. O que sabia, afirmou, é que alguém havia lhe comunicado sobre a visita dessa comissão à boate Remulos, situada no centro, considerada, pela presença de drogas, uma espécie de área vermelha.
Fui à tribuna, relatei aos colegas os fatos e deplorei a atitude dessas pessoas que lacraram e ameaçaram esses dois bares, dos mais tradicionais de Manaus, símbolos da nossa história, a exemplo de outros estabelecimentos como o Café Pina, Bar do Cipriano, Jangadeiro, Katikero e São Marcos, esse ora fechado, mais conhecido pelos boêmios da cidade como bar dos Cornos.
O que me foi relatado pelo proprietário do estabelecimento lacrado é que um major da Polícia Militar, que dava segurança à tal operação, em dado momento – e isso aconteceu no Caldeira – pegou um microfone e, possuído de  pura histeria, aos gritos mandou que os frequentadores se retirassem de imediato,  pois que o bar estava fechado, interditado. Turistas, incluindo alguns italianos e ingleses, foram empurrados para fora do estabelecimento. Resultado: algumas pessoas saíram sem poder pagar a conta, fato que redundou em prejuízo para o proprietário do bar, Carbajal Gomes.
No Bar do Armando não foi muito diferente. Fatos profundamente lamentáveis que nos enchem de vergonha e revolta. Fechar e ameaçar esses estabelecimentos históricos da nossa Manaus seria o mesmo que o governo do Rio de Janeiro mandasse interditar os bares da Lapa, o bairro boêmio mais famoso do País, ou o Amarelinho, da Cinelândia, inaugurado em 1924, que funciona 24 horas por dia. Confesso que é até difícil alguém admitir que tal fato tenha acontecido.
Do meu gabinete telefonei para o prefeito Arthur Virgílio Neto, colocando-o a par dos acontecimentos. Confessou-me que não sabia de nada, mas que, de imediato, iria se inteirar dos fatos e reparar a injustiça praticada. Pelo tom de voz, percebi que o prefeito recebeu a notícia e ficou profundamente contrariado. Não demorou muito, recebi telefonema de um dos secretários do município, afirmando que o Arthur o havia incumbido de agir, com a máxima rapidez para reparar o incidente contra os dois citados bares. Pelo o que me falou esse secretário, pessoa que, aliás, priva da minha amizade pessoal, o prefeito Arthur Neto estava muito aborrecido com o ocorrido, garantiu-me.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.