Sob o comando de Ulisses Guimarães (à direita), o PMDB elegeu, pela
via do colégio eleitoral, Tancredo Neves (à esquerda), presidente da República.
Texto:
Vereador Mário Frota*
28
anos depois, eis que temos no Brasil 32 partidos políticos. O povo só precisou
de um – o MDB - para enfrentar e derrotar o regime militar, que chegou ao poder
em 1964, e nele permaneceu por longos 21 anos.
A partir der 1968, ano em que a ditadura
militar mergulhou o País no Ato Institucional nº 5, mais conhecido naqueles
tempos nebulosos por AI-5, o Brasil passou a dispor de apenas dois partidos: a
Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
A Arena era o partido que dava apoio político
aos donos do poder, enquanto o MDB defendia o retorno do País à democracia, ou
melhor, ao Estado de Direito. Em outras palavras: A Arena era governo e o MDB
representava a oposição, ou o que se entendia por oposição à época.
Com o passar das eleições o MDB foi
crescendo até se transformar no PMDB. Sob o comando de Ulisses Guimarães o
partido cresceu, se fortaleceu e, ao final, com o apoio do nosso povo derrubou
a ditadura, fato ocorrido em 1985, quando o grande PMDB elegeu, pela via do
colégio eleitoral, Tancredo Neves, presidente da República.
28 anos depois, eis que temos no Brasil 32
partidos políticos. O povo só precisou de um para enfrentar e derrotar o regime
militar, que chegou ao poder em 1964, e nele permaneceu por longos 21 anos. Pessoalmente,
não consigo entender a razão de tantos partidos. Tem agremiação partidária para
todos os gostos. Umas falam em socialismo, outras se dizem social-democratas,
muitas usam o trabalhismo e trabalhador como escudo, sem falar no uso de outros
chavões apelativos, igualmente manjados, a exemplo de cristão, liberal, republicano,
e vai por aí. É uma salada sem fim.
Finalmente para completar a panelada
partidária, surgem agora mais dois: o Partido Republicano da Ordem Social, que
abreviaram para Pros, e o tal Solidariedade, quem sabe inspirado no partido
histórico criado na Polônia, por Lech Walesa.
Por pouco não emergiu o da Rede
Sustentabilidade, partido com um nome esquisito, o mais exóticos dos muitos que
estão aí. Que tipo de esperança trazem essas novas agremiações partidárias para
os milhões de brasileiros que hoje, decepcionados com o PT do Lula e da Dilma,
acreditam tanto em partidos políticos como eu em mula sem cabeça, história de
lobisomem e cobra grande que bota navio no fundo.
Ora, se partido político fizesse a
diferença, os Estados Unidos, que tem apenas dois, o Republicana e o Democrata
e a Inglaterra, que também só possui dois, o Trabalhista e o Conservador,
seriam nações subdesenvolvidas, sem qualquer importância, enquanto o Brasil,
com essa penca de partidos que aí está, seria uma potência econômica e militar das mais importantes do
Planeta.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.