segunda-feira, 4 de abril de 2011

TERMINAL PESQUEIRO NAUFRAGOU COM SERAFIM E AMAZONINO


TERMINAL PESQUEIRO: UM SONHO DO POVO DESTRUÍDO PELO SERAFIM E PELO AMAZONINO. A ministra da Pesca Ideli Salvatti visita o Terminal Pesqueiro de Manaus e constata que a obra, iniciada por Serafim Correia e depois por Amazonino, que consumiu a bagatela de R$ 20 milhões, não serve para nada, ou seja, é um elefante branco. O absurdo maior é que, depois de dizerem que a obra está concluída, ninguém a quer para administrar. O município não a deseja e o governo da União não vê razão para assumir tal responsabilidade. Quem então vai assumir o pepino?

Quando deputado federal (l974/1986), levantei a bandeira da necessidade da construção desse Terminal. E por que? Primeiro para evitar o desperdício, haja vista que, na época da vazante, em que o peixe está preso nas poucas águas dos lagos e dos rios, muitos barcos de pesca chegam carregados a Manaus e, por falta de comprador, centenas de toneladas de pescado são atiradas de volta ao rio, o que provoca um cheiro insuportável nas águas da orla de Manaus. Segundo porque, existindo o Terminal, o governo pode comprar o excedente pescado e armazená-lo em câmaras frigoríficas para vender ao povo na época da entre safra, quando a sociedade é explorada por atravessadores, e o pescado fica bem mais caro do que a carne.

A primeira tentativa da construção do Terminal Pesqueiro de Manaus ocorreu quando o hoje presidente da AFEAM, Pedro Falabela, dirigia a ex-Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEP) no Estado. Falabela, um idealista, conseguiu recursos em Brasília para construir o Terminal Pesqueiro de Manaus, que logo sofreu torpedeamento por parte do então governador Gilberto Mestrinho, movido pelo torpe propósito de beneficiar um dos seus protegidos, o ex-secretário de produção agrícola Jaith Chaves, proprietário do frigorífico Surubim. Resultado: o projeto de Pedro Falabela foi para o espaço. Lembro-me de tê-lo procurado na sede do órgão para lhe prestar solidariedade, e o encontrei profundamente magoado, revoltado posso dizer, com o destino que teve um projeto pelo qual tanto havia lutado.

Finalmente, depois de muitos anos, o projeto do Terminal Pesqueiro foi deflagrado, fato que ocorreu na administração Serafim Correia, na qual fui o seu vice. Participei eufórico da festa em que o então Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou que havia conseguido os recursos para tocar a obra. Entre o discurso do Alfredo Nascimento e do Serafim, agradecia a Deus ter participado daquele momento, que considerava histórico, pois que tornava realidade os sonhos de tantas gerações.

Quatro anos depois estamos à frente de uma amarga decepção. O projeto, mal planejado, consumiu em torno de R$ 20 milhões, e que, segundo os técnicos da área, não serve para os propósitos para o qual foi construído. Até mesmo a propriedade do terreno está sendo questionada por terceiros. Um desastre. Mesmo antes de ser inaugurado já é chamado de elefante branco. Em minha opinião, os culpados pelo fracasso da obra, Serafim e Amazonino, estão na obrigação legal e moral de explicar à sociedade a razão porque o Terminal, apesar de tanto dinheiro gasto, naufragou.

Por vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM