Texto:
Vereador Mário Frota*
Ontem,
um amigo meu rindo da atitude do Isaac Tayah, me fez uma sugestão: “tudo bem,
Mário, troca a figura ridícula do Hitler pela do Stalin. Talvez ele não fique
magoado”.
Prometo renunciar ao meu mandato, caso
alguém encontre qualquer referência ofensiva ao povo judeu, na matéria
publicada no meu blog, onde espinafro o Isaac Tayah, tachando-o de ditadorzinho,
em razão de ter engavetado o meu projeto para acabar com o auxílio paletó, como
também o projeto em que tento retirar os permissionários de feiras e mercados
da lei aprovada pelo Amazonino que privatizou todos os espaços públicos do
município de Manaus.
O que aconteceu é que na matéria que
escrevi para o meu blog o chamei de ditadorzinho, é verdade. Por pura brincadeira, com propósito obviamente
de provocá-lo, deixando ridículo, colocaram a cabeça dele vestindo uma farda
nazista. Aliás, a pose foi inspirada em
uma foto em que Charles Chaplin satiriza Hitler em o Grande Ditador, filme esse
que fez milhões pessoas no mundo dar boas gargalhadas.
Critico-o por agir como um ditadorzinho,
não por ser judeu. Aliás, se eu não gostasse de judeu não teria votado nele
para a Presidência da Casa. Mais do que isso: meia hora antes da eleição
começar o Amazonino me telefonou e me pediu para assumir a candidatura no lugar
do Homero de Miranda Leão. A sua justificativa era que preferia a mim como
Presidente da Câmara, por se tratar se de um adversário leal, a ver vencedor o
candidato apoiado pelo Eduardo Braga, no caso o Tayah.
Polidamente respondi-lhe que agradecia a
sua preferência, mas não podia porque já havia me comprometido em apoiar o
Isaac Tayah. Amazonino voltou a insistir: “Mário daqui a meia hora você é o
presidente da Câmara, é o vice prefeito de Manaus e, na minha ausência, o
prefeito da cidade”. “Amazonino”, respondi ao prefeito, “sinto-me profundamente
tentado a aceitar a tua proposta, mas não posso, porque a palavra de um homem
deve pairar acima de qualquer ambição pessoal”. Em seguida desliguei o
telefone, entrei no plenário, e votei no Tayah.
Logo ele me agradeceu pelo que fiz por ele
quando, na marra, resolveu engavetar o meu projeto acabando com o auxílio paletó,
numa atitude desrespeitosa ao Regimento Interno da Casa. Agora, de forma que
ninguém entendeu, resolveu não dar cumprimento à decisão da Justiça do
Amazonas, que mandou colocar em discussão o projeto de minha autoria, em que
tento retirar os permissionários de feiras e mercados da lei das privatizações
aprovada no ano passado pelo Amazonino.
Agora vem com esse papo de que ofendi toda
a comunidade judaica quando afirmei que ele age como um ditadorzinho, como um
hitlerzinho, como um tiranete de beira de barranco. O que ele não sabe é que
tenho três sobrinhos que têm sangue judeu por parte da minha cunhada, Iracema
Benayon. Por outro lado, será que ninguém nunca disse para esse cara que
milhares de famílias brasileiras têm sangue judeu, em razão da migração em
massa da península Ibérica para o Brasil, em razão da perseguição movida pelos
jesuítas? Essa é uma história que muita gente neste País sabe, menos, é claro,
o Tayah.
Ocorreu com o meu filho mais velho um fato
interessante que vem corroborar com esse fato. O menino nasceu com o pé chato.
A minha ex-mulher foi ao ortopedista e ele receitou umas botas cheias de ferro
para a criança usar. Na época deputado federal, procurei um especialista em
Brasília. Depois de examinar o pé do menino, ele fez uma observação curiosa: “olha,
esse é um fenômeno próprio do povo judeu e tem a ver com a herança genética que
carregamos desde que os judeus vieram para o Brasil. O pé parece chato, mas não
é, pois com o tempo ele vai adquirindo a curvatura normal. Botem esse menino
para andar na grama e na areia”. Em seguida pegou o par de botas e jogou na
lata do lixo. Ele estava certo.
Ontem, um amigo meu rindo da atitude do Isaac
Tayah, me fez uma sugestão: tudo bem, Mário, troca a figura ridícula do Hitler
pela do Stalin. Talvez ele não fique magoado em ser comparado ao ditador da
ex-União Soviética. Taí, uma boa idéia, agradeço.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM