Mário Frota diz que amazonense não terá beneficio com a chegada do gás de Urucu à Manaus. O gás extraído de Urucu – reserva localizada no município de Coari, distante de Manaus 624 quilômetros – que em breve passará a abastecer a capital amazonense, vai custar mais caro do que o importado pelo Brasil da Bolívia, e que percorre 2.378 quilômetros para chegar a São Paulo, por exemplo. Os dados foram divulgados pelo vereador Mario Frota (PDT), para quem a diferença no preço do produto é um absurdo. “Mesmo estando a um quarto do percurso que faz o gás boliviano para chegar a São Paulo, o metro cúbico do gás do Urucu vai ficar 65,2% mais caro”, afirma Mário Frota, que também questiona a necessidade do país importar gás boliviano quando poderia comprar o produto extraído do subsolo amazonense.De acordo com Frota, a tarifa estimada em R$ 1,80 pelo metro cúbico do gás do Urucu, foi anunciada pela Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), empresa que fará a distribuição e comercialização do produto no Estado. “Isso é uma vergonha. Caímos todos no conto do vigário”, afirmou, destacando que por anos os manauenses aguardam por esse gás na esperança de se livrar do preço exorbitante da gasolina e do diesel, assim como ter uma energia elétrica mais barata na sua residência ou empresa.“Tantos sonhos desmanchados em decepção. Para que então mudar a matriz energética do Estado, se o gás que vai chegar em nada vai nos libertar do preço da gasolina ou do diesel?”, questiona Mário Frota. “É profundamente frustrante, verdadeira agressão ao bolso do povo que tanto esperou por esse momento, de abastecer o seu carro com gás barato como fazem os moradores do resto do País”, acrescenta.O vereador pedetista lembra que outra frustração será em relação a energia elétrica. “Quem estiver aguardando que a mudança para o gás natural barateie a energia elétrica pode ir tirando o cavalinho da chuva. Coisa nenhuma vai continuar no mesmo ou até pior”, afirma Frota. O vereador também faz críticas ao fato de hoje a Cigás ter seu controle acionário na mão de uma empresa baiana. “É até compreensível que essa empresa da Bahia, que misteriosamente ganhou o controle da Cigás, queira explorar o nosso povo”. Ele também dispara críticas contra os parlamentares federais do Amazonas em relação. “O que não consigo entender é o silêncio da nossa bancada federal e dos nossos deputados estaduais que, até a presente data ainda não tomaram nenhuma atitude para impedir tal abuso. A paz dos cemitérios não cai bem em nenhum parlamento, seja ele Câmara Municipal, Assembléia Legislativa, Câmara dos Deputados ou Senado. Parlamento vem do italiano ‘parla’ ou seja, lugar de falar. O que percebo nos nossos é que, com honrosas exceções, a maioria não se preocupe com o povo, mas somente em agradar e bajular os governantes de plantão”, alfineta.
Fonte: Manoel Marques
Fonte: Manoel Marques
Fotografia: Heraldo Rocha
