Jacaré de quatro metros atacou uma criança de 12 anos,
arrastando-o para o fundo do rio, em Iranduba.
Por:
Vereador Mário Frota*
O
que aí está, sabemos, tem a ver com a proibição, pelo governo federal, há mais
de 40 anos, do abate desse animal em todo o território nacional... de forma
inexplicável, o governo impede o abate anualmente de milhares de jacarés. Por
tudo que se sabe a carne e pele desse animal tem preço excelente no mercado
internacional.
É muito triste a gente, pela manhã, se
deparar com uma notícia nos jornais dando conta que, aqui em frente a Manaus,
um jacaré de quatro metros atacou uma criança, arrastando-a para o fundo do
rio. Uma tragédia! Resultado: os pais e os irmãos do menino, vítima da fera, vivem
momentos de grande dor, de sofrimento indescritível.
E por que tantas pessoas, principalmente
crianças, são hoje mortas por jacarés ao longo dos nossos rios e lagos? O que aí está, sabemos, tem a ver com a
proibição, pelo governo federal, há mais de 40 anos, do abate desse animal em
todo o território nacional. De lá para cá obviamente que,
em termos de Amazonas, o número de jacarés vem aumentando consideravelmente e,
com isso, espalhando o terror entre as populações ribeirinhas do Estado.
E por que o governo não permite, a exemplo
do que é feito com sucesso nos Estados Unidos, nas regiões pantanosas da
Flórida e da Geórgia, também conhecidos por Everglades, processos de remanejamento,
mediante abate, com o objetivo de controlar o aumento desses animais?
Somos um país cheio de contradições. Apesar
de se falar tanto em economia sustentável, porém, de forma inexplicável, o
governo impede o abate anualmente de milhares de jacarés. Por tudo que se sabe a carne e pele desse
animal tem preço excelente no mercado internacional. Ora, o que se entende, é
que tal processo deve ser feito com toda responsabilidade, respeitando-se a
época do acasalamento e da procriação da espécie.
Ora, respeitando-se isso, as populações
ribeirinhas teriam um aumento no seu ganho do dia a dia, haja vista que a carne
e a pele desse animal têm bom preço no mercado internacional. Não estamos aqui
advogando uma matança de forma irresponsável do jacaré, pois, como já foi dito,
devemos fazer respeitar a fase do acasalamento e da procriação, a exemplo da já
existente lei do defeso, que tem como propósito proteger certos tipos de
peixes, como o tambaqui, o jaraqui e outras espécies.
Agora, paralelo a isso, como forma de
orientar os ribeirinhos na captura de jacarés, poderia, muito bem o governo, por
meio de programas radiofônicos e pela televisão, desenvolver projetos
educativos de conscientização dos habitantes do nosso interior de como
explorar, sem perdas para o meio ambiente, de uma riqueza imprescindível para o
desenvolvimento sustentável da região. O
que não dá para entender é a forma irracional de como muita gente sacraliza o
jacaré fato, na minha concepção, ridículo, absurdo e pouco inteligente.
Enquanto esse procedimento não for adotado,
mais pessoas serão sacrificadas, a exemplo dessa criança. Só para lembrar, recentemente,
aqui na região dos Autazes, um jacaré atacou uma canoa e matou uma criança e o
pai. Fiquei pasmo quando, pelo mesmo jornal que publicou a tragédia, um funcionário
do Ibama se manifestou e afirmou que o problema não era do jacaré, mas de quem
entrava na seu território. Lembro-me que eu teria afirmado: ‘esse idiota fala
assim porque a vítima da fera não é o pai e nem o filho dele’.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.