Não que eu seja contra os salários que esses profissionais de saúde ganham, pois ainda é pouco. O que está errado é um professor receber salário de fome.
É um absurdo, mais do que isso, é uma vergonha que funcionários do município ora contratados para o exercício de cargos, como maqueiro e assistente de administração da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que só precisam ter o ensino fundamental e médio, ganham 36,5% a mais do que um professor concursado e com curso superior.
Vamos exemplificar melhor. Enquanto um funcionário com apenas o segundo grau, que trabalha como assistente administrativo da Semsa, ganha R$1.545,28, um professor, concursado e com curso superior, em início de careira recebe R$ 1.132,02. O que, convenhamos, é um disparate, uma injustiça que clama aos céus.
Não que eu seja contra os salários que esses profissionais de saúde ganham, pois ainda é pouco. O que está errado é um professor, pela importância da sua função, das mais relevantes entre todas, receber salário de fome. Sou um socialista diferente, todos os salários, de qualquer categoria, deveriam ser bons. Devem-se nivelar os salários por cima e não por baixo, como eu já vi muito neguinho da esquerda defender. Em certa ocasião, ouvi um desses “gênios” afirmar que um magistrado deveria ganhar um salário mínimo, assim como um senador, ou deputado. Confesso que fiquei espantado com tanta imbecilidade.
Essas distorções são próprias de um país, que apesar de estar vivenciando certos avanços na área econômica, os seus governantes continuam presos a fórmulas terceiro mundista e, delas, infelizmente, não conseguem arredar o pé por um milímetro. Ora, por mediocridade e burrice, não investem na educação e pesquisa, a exemplo do que fizeram todos os países que hoje integram o chamado primeiro mundo.
Podemos nos libertar dos grilhões que nos atam ao subdesenvolvimento, sem investimentos maciços na educação das nossas crianças? Em todas as avaliações do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o Amazonas está há anos luz de alcançar o Rio Grande do Sul, São Paulo ou o Paraná. O que se pode esperar de um estado, no caso o Amazonas, onde os responsáveis pela educação dos nossos filhos são tratados com o mais soberano desprezo? Bem, quanto ao município de Manaus, o exemplo mais eloquente, é ver um funcionário que só cursou o fundamental ganhando melhor do que um professor da rede pública. É ou não é uma vergonha?
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM