quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CAMELÓDROMO DO PORTO – O AMAZONINO ACREDITA QUE É DEUS


ORA, TODOS SABEM O QUE ACONTECE COM QUEM CONTRARIA A VONTADE DE DEUS. Da tribuna da Câmara de Vereadores lamentei a mancada homérica do prefeito Amazonino, em tentar construir um Shopping Popular (Camelódromo), dentro das dependências do Porto de Manaus, área de tombamento nacional. Seria a mesma coisa que tentar mexer no Teatro Amazonas ou no Palácio da Justiça, sem consultar o IFAM e outros órgãos de proteção do patrimônio histórico nacional.

Ele agiu se enrolou todo porque a Justiça Federal autorizou a demolição do tal Camelódromo. Ele poderia ter pensado melhor, mas não ouve ninguém, a não ser seu próprio umbigo. É como dizem os antigos: papagaio velho não aprende a falar. Eu quero ver agora quem vai pagar pelo prejuízo. Será que o povo vai arcar, mais uma vez, com este ônus da irresponsabilidade?

Por que ele não pensou em outras opções? Quando fui vice-prefeito sugeri ao Serafim a construção de um grande Shopping Popular na área da Ilha de Monte Cristo, na Manaus moderna. O projeto foi preparado pelo então secretário Joaquim Lucena, mas, em razão de uma briga política entre Serafim e os De Carli, que administram o Porto de Manaus, o projeto foi suspenso. Uma pena, pois, até hoje a área continua servindo tão somente para estacionamento de caminhões de carga. Um desperdício e absurdo.

Outra idéia minha que, inclusive foi noticiada pela imprensa, consiste no aproveitamento dos terminais construídos para o sistema Expresso transformados em shopping populares. Defendia a construção de mezaninos nesses terminais e, neles, seriam construídos pequenas lojas, em torno de quatro ou cinco metros quadrados, para alojar os camelôs do centro. O Camelô precisa estar próximo dos locais frequentados por um grande número de pessoas. Ora, tanto no Shopping a ser construído na ilha de Monte Cristo, ao lado da Manaus Moderna, quanto os instalados nos terminais, seriam estratégicos para estes profissionais ganharem a vida.

O tiro do Amazonino foi errado. Faltou pensar melhor, talvez pela ausência de bons assessores. Mas, como dizem, ele não ouve ninguém. O Amazonino acredita que é Deus. Ora, todos sabem o que acontece com quem contraria a vontade de Deus. Os secretários e demais assessores se pelam de medo desse Deus de pé de barro. O resultado esta aí: camelôs e o povo em geral no prejuízo, tudo em nome da arrogância de quem se acha acima da lei ou dono da verdade. Nesse particular, o Amazonino não é muito diferente do Serafim. Quanto à forma de agir são parecidíssimos, quase irmãos siameses. A diferença mesmo é que um é branco e o outro é moreno.

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

ALTO SOLIMÕES: AUSÊNCIA DO GOVERNO LEVA JOVENS ÀS DROGAS


ALTO SOLIMÕES: UMA REGIÃO MARCADA PELO ABANDONO DOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL. Estive em Benjamim Constant e Tabatinga e constatei que, como antes, a região continua órfã de governo. Nesses municípios, incluindo aí Atalaia do Norte, faz-se necessária a presença do estado, para alavancar o progresso da região, até porque, naquela parte do país, o Brasil faz limites com o Peru e com a Colômbia, também conhecida por tríplice fronteira.

Conversei com lideranças locais e todos são unânimes e se queixam da ausência do estado no desenvolvimento da região. Na sala de espera do aeroporto de Tabatinga encontro o Bispo do Alto Solimões, D. Alcimar Magalhães e, dele, recebo uma aula sobre o que pode ser feito para minorar os problemas do seu povo. Ora, se antes já o admirava, agora o admiro muito mais, por ver nesse soldado de Cristo um defensor intransigente do bem-estar da sua gente.

O problema do Alto Solimões não está apenas restrito a falta de hospitais e remédios para o povo, de educação de qualidade para as suas crianças, de segurança pública, mas também de projetos econômicos para alavancar o progresso da área, o que é impossível sem a presença de bancos de desenvolvimento à disposição dos produtores da região, para lhes oferecer financiamentos a juros baratos e sem burocracia.

Os jovens daquela região terminam o segundo grau e, se quiserem fazer uma faculdade de direito, medicina, odontologia, engenharia, agronomia, ou outro curso de igual importância, têm que procurar Manaus. Não é nada fácil conseguir chegar aqui para realizar tal sonho. Por falta de opção econômica, ou seja, do emprego, da fábrica que nunca chega à região, muitos desses jovens caem na tentação de ganhar a vida enveredando para o comércio da droga, uma tentação terrível que termina selando a vida de centenas de jovens que, ou terminam morrendo pelas balas da polícia, quando não assassinados por outros traficantes.

E qual então a saída? É o governo criar nessa área, super complicada (e todos nós sabemos a razão), um cinturão econômico e social, capaz de fortalecer as populações dessas regiões, com o objetivo de afastar os jovens da tentação de ganhar dinheiro traficando drogas. As antigas fórmulas de sobrevivência das populações do Alto Solimões estão todas proibidas. A retirada da madeira da floresta, que no passado garantia a sobrevivência da economia local, hoje está proibida. As serrarias do lado do Peru continuam funcionando normalmente, oferecendo emprego, enquanto as do lado do Brasil estão fechadas, falidas por falta de matéria-prima. Ora, por que o governo retirou daquele povo o direito de explorar a madeira da floresta mas, até o presente momento, ainda não ofereceu uma opção econômica capaz de redimir economicamente a região?

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM