ORA, TODOS SABEM O QUE ACONTECE COM QUEM CONTRARIA A VONTADE DE DEUS. Da tribuna da Câmara de Vereadores lamentei a mancada homérica do prefeito Amazonino, em tentar construir um Shopping Popular (Camelódromo), dentro das dependências do Porto de Manaus, área de tombamento nacional. Seria a mesma coisa que tentar mexer no Teatro Amazonas ou no Palácio da Justiça, sem consultar o IFAM e outros órgãos de proteção do patrimônio histórico nacional.
Ele agiu se enrolou todo porque a Justiça Federal autorizou a demolição do tal Camelódromo. Ele poderia ter pensado melhor, mas não ouve ninguém, a não ser seu próprio umbigo. É como dizem os antigos: papagaio velho não aprende a falar. Eu quero ver agora quem vai pagar pelo prejuízo. Será que o povo vai arcar, mais uma vez, com este ônus da irresponsabilidade?
Por que ele não pensou em outras opções? Quando fui vice-prefeito sugeri ao Serafim a construção de um grande Shopping Popular na área da Ilha de Monte Cristo, na Manaus moderna. O projeto foi preparado pelo então secretário Joaquim Lucena, mas, em razão de uma briga política entre Serafim e os De Carli, que administram o Porto de Manaus, o projeto foi suspenso. Uma pena, pois, até hoje a área continua servindo tão somente para estacionamento de caminhões de carga. Um desperdício e absurdo.
Outra idéia minha que, inclusive foi noticiada pela imprensa, consiste no aproveitamento dos terminais construídos para o sistema Expresso transformados em shopping populares. Defendia a construção de mezaninos nesses terminais e, neles, seriam construídos pequenas lojas, em torno de quatro ou cinco metros quadrados, para alojar os camelôs do centro. O Camelô precisa estar próximo dos locais frequentados por um grande número de pessoas. Ora, tanto no Shopping a ser construído na ilha de Monte Cristo, ao lado da Manaus Moderna, quanto os instalados nos terminais, seriam estratégicos para estes profissionais ganharem a vida.
O tiro do Amazonino foi errado. Faltou pensar melhor, talvez pela ausência de bons assessores. Mas, como dizem, ele não ouve ninguém. O Amazonino acredita que é Deus. Ora, todos sabem o que acontece com quem contraria a vontade de Deus. Os secretários e demais assessores se pelam de medo desse Deus de pé de barro. O resultado esta aí: camelôs e o povo em geral no prejuízo, tudo em nome da arrogância de quem se acha acima da lei ou dono da verdade. Nesse particular, o Amazonino não é muito diferente do Serafim. Quanto à forma de agir são parecidíssimos, quase irmãos siameses. A diferença mesmo é que um é branco e o outro é moreno.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM