Parturiente volta para a Maternidade Ana Braga (foto), foi colocado numa cadeira de rodas, onde veio a ter a criança, que caiu no chão, machucou seriamente a cabeça e quebrou um braço. Santa Casa faz falta.
Matéria publicada hoje no jornal A Crítica, relata o drama de uma mulher que, por não ser atendida a tempo em duas maternidades, no Ana Braga e no Chapot Prevost, perdeu a criança, uma menina que os pais já tinham em mente registrá-la com o nome Yasmim Vitória.
Essa história é uma vergonha para os responsáveis, nesse Estado, pelo tipo de atendimento que mães pobres recebem nas maternidades públicas. A tragédia que envolve a mãe da Yasmim, é o exemplo mais eloqüente do que pode acontecer com uma mulher na hora em que sente as contrações do parto.
Considero o que aconteceu uma tragédia. É tão grave que, na minha opinião, o governador Omar Aziz deveria autorizar uma rigorosa investigação, com propósito de chegar aos responsáveis pela morte da criança e, exemplarmente, puni-los. Por várias horas, a família da mãe de Yasmim, Maria Ivone, foi jogada de um lado para outro, sem nenhuma consideração, tratada como se fosse uma cadela de rua, e não como um ser humano, que tem direitos inalienáveis assegurados pela Constituição pátria.
Primeiro, Ivone, sentindo as contrações do parto, procurou o Ana Braga, onde não foi aceita e a mandaram para o Chapot Prevost onde, depois de examinada (e aí o profissional constatou que a criança já poderia estar morta no ventre da mãe), mandou-a de volta para o Ana Braga, onde, finalmente, aconteceu o pior, ou seja, sem receber qualquer atendimento foi colocado numa cadeira de rodas, onde veio a ter a criança, que caiu no chão, machucou seriamente a cabeça e quebrou um braço.
Mas vocês pensam que termina por aí essa história de horror enfrentada pela família da Yasmim? Estão enganados. Só depois de 12 horas os pais conseguiram licença para retirar o corpo do bebê do IML. Esse segundo momento, ou seja, o da liberação do corpo, foi tão desgastante e doloroso como o primeiro, quando a mãe perdeu a criança em razão de um jogo irresponsável de empurra, empurra.
Quem vai responder pela morte dessa criança, vítima do desleixo e negligência, filha de pessoas da nossa sociedade pobre, órfã de governo. A família de Yasmim chora a sua perda, enquanto os responsáveis pela sua morte palitam os dentes e lavam as mãos como se nenhuma culpa tivesse pela perda prematura de uma brasileirinha.
É hora de dizer: que falta faz os 220 leitos da maternidade da Santa Casa de Misericórdia, fechada há sete anos pela incúria dos governantes desta terra que, ao contrário do que ocorreu no Pará, salvaram a de Belém, transformando-a em hospital de referência no Pará. Constroem pontes e tantas coisas, mas a nossa Santa Casa continua entregue às moscas. Quem paga com isso é o povo, a exemplo família que perdeu a Yasmim por falta de leito nas maternidades. Lembrando aqui Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM