quinta-feira, 17 de junho de 2010

IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE SANT’ANA: PADROEIRA DE ÓBIDOS ESTÁ EM AMANAUS


Ao longo dos anos tenho acompanhado a religiosidade do povo paraense durante a sua festa maior que é o Círio de Nazaré, realizado em Belém e que atrai cerca de 1 milhão de fiéis, todos os anos. Lembrei-me desta festa de louvor, apesar de ser realizada somente em outubro, porque trabalham em meu gabinete seis pessoas de Óbidos, cidade localizada no Oeste do Pará, a 1.110km da capital paraense que, em seu apogeu nas décadas de 50 até 70, teve sua economia alicerçada no plantio de fibra de juta, castanha do Pará e a pesca. A partir do advento da Zona Franca, na década de 70, o fluxo migratório de obidenses se intensificou para Manaus, mesmo assim eles não esqueceram suas origens.

Anualmente os obidenses residentes em Manaus trazem para a nossa cidade a imagem de Nossa Senhora de Saint’Ana, padroeira da cidade de Óbidos, com a finalidade de fazer peregrinações nas residências daqueles que, apesar da distância da cidade natal, não esquecem as suas raízes.

Durante toda esta semana o assunto latente em meu gabinete era a chegada da padroeira dos obidenses. Os obidenses do meu gabinete fizeram várias ligações para seus conterrâneos com o objetivo de avisar o horário da missa que será realizada no dia 18 de junho (sexta-feira) às 19:00h, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, próximo à avenida Ayrão. Por fim achei que não iam me convidar para o evento, até que entrou em minha sala uma comitiva de obidenses: Paulo Onofre, Raimundo Olívio, Jander Rubens, Carlos da Veridiana e Cavalcante, que me fizeram o convite. Com certeza irei lá.

Meus colaboradores ficaram surpresos quando falei um pouco dos vultos importantes que aquela cidade incrustada na parte mais estreita do rio Amazonas, deu a esse país como, por exemplo, Ingles de Souza, que era advogado, professor, jornalista, contista e romancista, compareceu nas reuniões preparatórias para a criação da Academia Brasileira de Letras, tendo sido nomeado o primeiro tesoureira desta Academia; José Veríssimo Dias Matos, jornalista, professor, educador, crítico e historiador literário, participou também das reuniões preparatórias para a instalação da Academia Brasileira de Letras; Idelfonso Guimarães, escritor. Suas obras mais importantes foram ‘Dias Recurvos’ e ‘Sombra do Entardecer’. Após essa explanação meus amigos ficaram convencidos que eu conhecia um pouco da história daquela que eles chamam de cidade presépio.

Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

REFINARIA DE MANAUS PODE VIRAR SUCATA E SARNEY É O CULPADO

É UM CRIME O QUE O GOVERNO LULA ESTÁ FAZENDO COM A REMAN. POR QUE A BANCADA FEDERAL, CONSTITUÍDA POR 8 DEPUTADOS FEDERAIS E 3 SENADORES, NÃO REAGE? PERDERAM A LÍNGUA E A CORAGEM? O segundo projeto econômico mais importante do Amazonas é a Refinaria de Manaus – REMAN. O primeiro é a Zona Franca de Manaus, criada por decreto pelos militares em 1967. A Refinaria de Manaus nasceu bem antes da Zona Franca quando Manaus era um simples porto de lenha, expressão que retrata o atraso e abandono do Estado depois do ciclo da borracha.

A REMAN, anteriormente COPAN, surgiu graças ao esforço de um homem extraordinário, o empresário Isaac Benaion Sabbá. Ela é um conquista do povo do Amazonas na pessoa desse visionário. Não teve financiamento governamental, pois todos os recursos para a sua implantação saíram do bolso do seu idealizador e de empresários que acreditaram no sonho de Isaac Sabbá.

O golpe militar de 1964 estatizou várias refinarias do país, inclusive a então COPAN. Um absurdo, uma inominável violência, mas como resistir às baionetas. Paciência. Tomada, na marra, passou a chamar-se REMAN, e, a seguir, foi colocada sob a administração da Petrobrás. Tudo bem. O tempo passou e a Petrobrás descobriu petróleo no Amazonas, hoje o único estado do norte e centro-oeste do país que produz petróleo.

Ora, era de se esperar que frente a tal fato o Presidente Lula passasse a incentivar e investir mais na REMAN. Ledo engano. Os investimentos desapareceram e a nossa refinaria - sem o financiamento previsto para a sua modernização, em torno de 1,6 bilhão, que atualmente foi desviado para infra-estrutura de refinarias no Nordeste - pode estar condenada a se transformar em mero terminal de apoio a outras refinarias, a exemplo da que está prevista para o Estado do Maranhão, a Premium I, orçada em 20 bilhões de reais, com capacidade para refinar 600 mil barris/dia. Para se ter uma idéia do que isso representa, a nossa REMAN hoje produz somente 46 mil barris/dia.

Quanta injustiça. Enquanto o Amazonas produz petróleo e gás, o Estado do Maranhão que não produz uma única gota do precioso óleo negro, ganha, de presente, uma refinaria que vai custar aos cofres do país uma bagatela de 20 bilhões. Será que alguém sabe por que o Maranhão é abençoado por tanto privilégio por parte do governo Lula? A única explicação que se tem é de natureza política, já que o Maranhão não tem petróleo apesar de exaustiva pesquisa em todo o seu território. E então como é o nome do santo responsável por tal milagre? Resposta: José Sarney, o hoje presidente do Senado, o chefe de uma oligarquia poderosa e corrupta que controla o Maranhão há mais de 40 anos.

Sarney indicou o seu aliado, Edson Lobão, para o Ministério das Minas e Energia, ao qual a Petrobrás é subordinada. E quem é Edson Lobão? Trata-se de um afilhado político de José Sarney e integrante da oligarquia que espolia o Maranhão há várias décadas. E então está explicado. Sarney é o pai da criança, ou seja, da refinaria que o governo Lula vai construir no Maranhão. Para o bom entendedor, meia palavra basta, a não ser que seja trouxa a ponto de acreditar em conversa de lobisomem e mula sem cabeça.

O seu poder junto ao presidente Lula é ilimitado. A nossa bancada federal, constituída de 8 deputados federais (hoje todos da base do governo Lula) e 3 senadores (dois da base do governo e um, o Arthur Virgílio Neto, da oposição) são fichinhas para fazer frente ao rolo compressor José Sarney. Ele não pede, manda. O velho soba do Maranhão é um camaleão que vem se adaptando a todos os regimes e governos nesses últimos anos. Serviu à ditadura como um lacaio dos militares e pulou fora do barco quando viu que estava fazendo água. Ardiloso, uma verdadeira raposa felpuda. Com a morte de Tancredo Neves virou presidente do Brasil por intermináveis cinco anos.

Nessa queda de braço entre Sarney e a bancada federal do Amazonas, ele leva vantagem. A nossa bancada não tem musculatura política para peitar o Presidente Lula e dizer a ele que é um crime o que o que o seu governo está fazendo com a Refinaria de Manaus, que está virando sucata, um monte de ferro-velho, por falta de recursos para a sua modernização. De qualquer jeito não é bom subestimar. Quem sabe se eles não se unem e partem para a briga. Vamos ver, o povo do Amazonas está esperando. 'Quem sabe faz a hora, não espera acontecer’, como dizia Geraldo Vandré em tempos de Brasil difícil, época em que José Sarney não passava de um sabujo a serviço dos militares.

Bem, nos jornais de hoje os dirigentes da Petrobrás no Estado vêm negando a denúncia feita pelos líderes dos petroleiros da REMAN dando conta de que a estatal, por falta de investimentos, está virando ferro-velho. Perguntar não ofende. Por que esses ilustres dirigentes, apesar de convidados, se recusam a comparecer à CMM para discutir a questão. E o pior, saíram-se com uma história pouco edificante, ridícula, de que obedeciam regras da direção nacional de manter silêncio. Até brinquei, afirmando do plenário da Câmara, que essa história parecia conversa do tal silêncio obsequioso imposto pela Igreja Católica quando deseja silenciar um teólogo que resolve discordar de algum dos seus dogmas, a exemplo do que fizeram com o frade Leonardo Boff. Ora, se eles tinham tais informações, como as que hoje são divulgadas, por que então se acovardaram e não compareceram a audiência pública ocorrida na CMM?

Por: Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM