Ao longo dos anos tenho acompanhado a religiosidade do povo paraense durante a sua festa maior que é o Círio de Nazaré, realizado em Belém e que atrai cerca de 1 milhão de fiéis, todos os anos. Lembrei-me desta festa de louvor, apesar de ser realizada somente em outubro, porque trabalham em meu gabinete seis pessoas de Óbidos, cidade localizada no Oeste do Pará, a 1.110km da capital paraense que, em seu apogeu nas décadas de 50 até 70, teve sua economia alicerçada no plantio de fibra de juta, castanha do Pará e a pesca. A partir do advento da Zona Franca, na década de 70, o fluxo migratório de obidenses se intensificou para Manaus, mesmo assim eles não esqueceram suas origens.
Anualmente os obidenses residentes em Manaus trazem para a nossa cidade a imagem de Nossa Senhora de Saint’Ana, padroeira da cidade de Óbidos, com a finalidade de fazer peregrinações nas residências daqueles que, apesar da distância da cidade natal, não esquecem as suas raízes.
Durante toda esta semana o assunto latente em meu gabinete era a chegada da padroeira dos obidenses. Os obidenses do meu gabinete fizeram várias ligações para seus conterrâneos com o objetivo de avisar o horário da missa que será realizada no dia 18 de junho (sexta-feira) às 19:00h, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, próximo à avenida Ayrão. Por fim achei que não iam me convidar para o evento, até que entrou em minha sala uma comitiva de obidenses: Paulo Onofre, Raimundo Olívio, Jander Rubens, Carlos da Veridiana e Cavalcante, que me fizeram o convite. Com certeza irei lá.
Meus colaboradores ficaram surpresos quando falei um pouco dos vultos importantes que aquela cidade incrustada na parte mais estreita do rio Amazonas, deu a esse país como, por exemplo, Ingles de Souza, que era advogado, professor, jornalista, contista e romancista, compareceu nas reuniões preparatórias para a criação da Academia Brasileira de Letras, tendo sido nomeado o primeiro tesoureira desta Academia; José Veríssimo Dias Matos, jornalista, professor, educador, crítico e historiador literário, participou também das reuniões preparatórias para a instalação da Academia Brasileira de Letras; Idelfonso Guimarães, escritor. Suas obras mais importantes foram ‘Dias Recurvos’ e ‘Sombra do Entardecer’. Após essa explanação meus amigos ficaram convencidos que eu conhecia um pouco da história daquela que eles chamam de cidade presépio.
Vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM
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