sábado, 23 de fevereiro de 2013

ORLANDO BLOGDAFLORESTA FARIAS


Mário Frota e Orlando Farias

Texto: vereador Mário Frota*
Morre o homem, não a sua obra. O teu trabalho como bom profissional jamais desaparecerá. Descansa em paz, amigo. Que o nosso Deus te recolha a uma das suas moradas.
O telefone tocou e alguém, do outro lado da linha, foi logo me dizendo: “o Orlando faleceu.” Meio tonto, em razão de uma forte gripe, perguntei: ‘mas qual Orlando?’ E a voz do outro lado: “o Orlando Farias!”
Fiquei sem saber o que falar, pois que não podia ser verdadeiro o que estava ouvindo. Lembro-me de ter perguntado: ‘mas o que houve mesmo, amigo. Que tipo de doença o levou a morte?’ E a voz me respondeu: “estão falando em infecção generalizada."
Perguntei-lhe onde estava o corpo e em que funerária seria velado. A pessoa respondeu-me que se encontrava no IML e que em seguida deveria ser levado para uma funerária, possivelmente para a Almir Neves.
Desliguei o telefone e veio-me à mente uma forte sensação de perda, não uma perda qualquer, mas a de um amigo, mais do que isso, de um irmão.
Perdermos alguém acometido de uma doença grave, já em estado terminal, não é tão chocante quanto tal fato acontece com uma pessoa que amamos, que sabemos gozar de uma boa saúde, e que até algumas horas antes ainda podíamos ouvir a sua opinião sobre os assuntos mais variados.
Em seguida passei a ligar para várias pessoas em busca de melhores informações sobre o trágico acontecido. A maioria ainda não sabia de nada. Quase uma hora depois é que ouvi do tio Flávio, vizinho do Orlando, que o meu amigo gordo, como eu carinhosamente o chamava, havia mesmo nos deixado e partido para o mundo espiritual.
Com febre e tossindo muito não fui à funerária no primeiro dia. Depois de uma noite mal dormida, ainda febril, pela manhã fui ver o meu querido amigo e levar os meus pêsames a sua família. Comentei com alguns amigos que lá se encontravam, que o Orlando não parecia morto, mas alguém que dormia, em razão  da tranqüilidade do seu rosto. 
Perdi um companheiro altamente inteligente e talentoso, um jornalista brilhante, uma pessoa inconformada com as injustiças e desigualdades sociais. A perda não foi só minha, mas de todos os amazonenses que conheciam o trabalho diuturno de Orlando por um Amazonas e um Brasil melhor.
Idealista, como sempre foi, usou os veículos de imprensa onde labutou, para defender o nosso povo dos maus governantes, denunciando os opressores e defendo os oprimidos. No fundo, Orlando nunca perdeu o ardor juvenil dos tempos que militou no velho PCB de Carlos Prestes. Ao lado do amigo Mário Dantas, outro sonhador, criou o Blog da Floresta, um projeto que deu certo e alimenta de boas notícias os seus leitores, hoje espalhados pelo Estado e pelo Brasil.
Vamos sentir a tua falta, Orlandão! Sem a tua presença a imprensa desta terra das Amazonas fica menor, encolhe, perde importância. Morre o homem, não a sua obra. O teu trabalho como bom profissional do jornalismo jamais desaparecerá. Descansa em paz, amigo. Que o nosso Deus te recolha a uma das suas muitas moradas.  

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.