segunda-feira, 10 de maio de 2010

FALTA PORTO, AEROPORTO E RODOVIÁRIA PARA A COPA DE 2014


Não podemos sediar uma Copa se não temos infra-estrutura. Esse pessoal, em matéria de planejamento para a Copa de 2010, está começando a coisa de trás para a frente. É o verdadeiro samba do crioulo doido. Pensou-se em implodir o Vivaldão e em construir o sistema monotrilho, mas, até a presente data, ainda não se ouviu uma palavra sobre infra-estrutura para receber o público que deverá chegar do interior do Estado, de outras unidades da federação e, até, do exterior.

O porto tradicional, por onde desembarcam os turistas, o Roadway, construído pelos ingleses no apogeu da borracha, mal suporta hoje os navios que chegam do exterior. A ferrugem toma conta do porto. Cada vez que chega um navio de turismo é um deus nos acuda porque a Capitania dos Portos, sob a alegação de que os ancoradouros não oferecem segurança, proíbem a atracação. E o pior: sempre que um navio atraca, os barcos regionais são obrigados a sair e encostar em qualquer lugar da beira do rio, geralmente no flutuante do Boi, uma pequena balsa sem nenhuma estrutura de apoio.

De uma forma geral, os barcos de transporte de passageiros que chegam do interior, transportando milhares de pessoas por mês, o equivalente a 90 por cento das pessoas que chegam à nossa cidade, atracam de qualquer jeito. Quando o flutuante do Boi já está lotado, um barco vai atracando na lateral do outro e, os passageiros, no maior sufoco, vão pulando de barco em barco, até chegar à beira da praia, onde se deparam com lama e poeira. O retorno é outra aventura. Pessoalmente já vi pessoas desabando das pranchas e mergulhando no rio. Um absurdo.

Não podemos sediar uma Copa se não temos um porto decente para o transporte doméstico; se não temos rodoviária que preste, pois a que serve Manaus há trinta anos nunca sofreu uma reforma, encontrando-se hoje com os banheiros vazando, entupidos, fedorentos, com pombos que defecam na cabeça das pessoas, acomodadas em bancos sujos e na sua maioria quebrados; se o Aeroporto que temos está ultrapassado, absolutamente defasado para os dias atuais, agora, imagine, para a temporada da Copa, quando milhares de pessoas do mundo inteiro chegarão para assistir aos jogos.

Volto a insistir. Não seria melhor que, ao invés de se gastar 500 milhões de reais na construção da tal Arena, utilizássemos apenas uma parte, digamos 80 milhões de reais em uma bela reforma no Vivaldão, e o restante, 420 milhões aplicados em investimentos na infra-estrutura necessários para preparar Manaus para a Copa?

Por: Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

OBRAS DA ARENA E MONOTRILHO CHEIRA A DELÍRIO

A implosão do Vivaldão e Monotrilho: monumentos à estupidez humana. Nunca me coloquei contra as grandes obras da administração Eduardo Braga. Pelo contrário, por várias vezes parabenizei-o, da tribuna da Câmara Municipal pelas obras do Prosamim, pela ponte que liga Manaus ao Iranduba, pela tomada d’água que deverá abastecer as zonas leste e norte e, acima de tudo, pelas escolas de ensino integral, dentro do modelo dos CIEPs do Brisola e Darcy Ribeiro, ora implantados em Manaus em número de 20. No entanto, por uma questão de bom senso e tentando, até mesmo ajudá-lo, coloquei-me, também da tribuna da Câmara, contra a absurda implosão do Vivaldão e a construção do sistema monotrilho. O primeiro porque, derrubá-lo, constitui-se em verdadeiro monumento à estupidez humana. Segundo a revista Exame, especializada em finanças e economia, o Vivaldão, em pé, vale 400 milhões de reais. Ora, somado aos 500 milhões a aos 25% a título de aditivo, a tal Arena vai nos custar uma bagatela de mais de um bilhão de reais.

E como fica o transporte coletivo? É aí que entra o monotrilho, uma experiência que cheira a delírio, como já disse o prefeito Amazonino Mendes. Só que antes de ele se manifestar sobre o assunto, já havia demonstrado, da tribuna da Câmara, meu descontentamento com esse projeto extremante caro, que não vai, com certeza, resolver o problema do transporte coletivo de Manaus. Já viajei muito pelo mundo, mas o único monotrilho que conheço é o do parque de diversões da Disneyworld. No fundo, trata-se de um projeto pequeno, só para servir aquele parque. Não acredito que sirva para um serviço intenso, a exemplo de transporte de massas de uma grande cidade, como o metrô - seja o de superfície ou de subsolo. Não é bom investir tanto dinheiro do povo numa aventura. Há outras alternativas, bem melhores do que esse monotrilho.

Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humnaos da CMM

Líder do PDT na CMM