quinta-feira, 7 de junho de 2012

COTAS RACIAIS REVELAM A FALÊNCIA DO ENSINO PÚBLICO NO BRASIL



O que o Congresso Nacional pretende com a aprovação dessa lei é puro escapismo, é o que chamo de estelionato social contra o nosso futuro, que depende da melhoria da qualidade da educação
Por: vereador Mário Frota*                     
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, ontem, projeto de lei que tem por objetivo obrigar as universidades públicas do País a aceitar cotas sociais (filhos de pais pobres e alunos egressos da rede de ensino público) e raciais (índios, negros e pardos).
Com tal atitude os representantes do povo, no Congresso Nacional, em vez de ir para cima da causa, ou seja, tentar solucionar a gritante deficiência e falência do ensino público nacional, hoje máquina de fazer analfabetos, preferem ir ao efeito e, dessa forma, empurrar, na marra, para dentro das universidades públicas, milhares de estudantes sem formação adequada para cursar os mais variados cursos de nível universitário.
É fato vergonhoso, pois, com essa lei vão terminar por expor milhares de jovens à humilhação e constrangimento. O certo seria os governantes deste País, das esferas municipal, estadual e federal, unirem-se para aumentar o número de vagas nas universidades e tentar melhorar a qualidade do ensino público, atualmente entre os piores do mundo, similar a de muitas republiquetas caribenhas e africanas.
Como pode um País que superou o PIB da Inglaterra, fato que o colocou na condição de quinta economia mais rica do Planeta, não cuidar nem mesmo da educação dos jovens que, por questões econômicas, são obrigados a procurar os colégios públicos? Bem a propósito, Brasil e Inglaterra são os países do mundo onde mais se paga impostos. O problema é que há uma diferença abissal entre os dois: enquanto a Inglaterra oferece serviços públicos de primeiro mundo, os oferecidos pelo Brasil não são muito diferentes de países atrasados, a exemplo de Gana, na África.
O que o Congresso Nacional pretende com a aprovação dessa lei é puro escapismo, é o que chamo de estelionato social contra o nosso futuro, que depende da melhoria da qualidade da educação, que os governantes estão na obrigação legal e moral de oferecer aos nossos filhos. Ir ao efeito e esquecer a causa, no caso em tela, é um ato covarde, de lesa-pátria, de quem se recusa a melhorar o ensino público falido que os governantes deste País impõem ao nosso povo. Infelizmente somos um País rico de políticos, mas pobre de homens públicos, com proposto sincero de resolver os graves problemas que afligem esta desgraçada República.

*Mário Frota é Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto: ideiasdemulher.com.br

CÂMARA USA TRIBUNA PARA HOMENAGEAR CONVIDADOS


Parlamento sem tribuna é como escola sem professor e hospital sem médico. Nenhum tipo de manifestação, homenagem e comemoração pode acontecer em prejuízo ao trabalho dos parlamentares.
Em todo parlamento, o exercício da tribuna deve ser diário. Essa prática é o natural em todo o mundo. Da tribuna o parlamentar denuncia, critica e reivindica em nome dos eleitores que o elegeram.  Aqui, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), ocorre o contrário. O que menos se está usando é a tribuna. O presidente da Casa vem ocupando diariamente o tempo do pequeno e do grande expediente com propósito de ouvir reivindicações de pessoas ou entidades, ou para homenagear convidados.
Tal fato vem esvaziando o plenário, a exemplo desta quarta-feira (6), quando o tempo destinado à fala dos vereadores foi ocupado para homenagear o dia da Marinha do Brasil, o dia de combate ao tabagismo e, por último, para ouvir os empresários ligados à limpeza pública. O tempo todo da manhã foi usado para se ouvir pessoas falando sobre essas três questões e não sobrou um único minuto para o exercício natural da tribuna. Resultado: o plenário ficou esvaziado, ou seja, dos 38 vereadores, só oito permaneceram nas cadeiras.
Sou favorável a esses tipos de homenagens e debates, até porque fortalece as instituições, tanto que me pronunciei sobre os temas; mas sou contra que se utilize o horário do pequeno e grande expediente - que acontece de segunda à quarta-feira - para esses eventos. Para isso temos o turno da tarde e restante da semana.
E por que ocorreu tal esvaziamento? Resposta: em razão da ausência do debate em torno das graves questões que afligem a cidade. Só um exemplo: mais um motorista foi barbaramente assassinado e não tive espaço sequer para fazer o registro e denunciar o governo pela falta de segurança nas ruas.
Parlamento sem tribuna é como escola sem professor e hospital sem médico. Nenhum tipo de manifestação, homenagem e comemoração pode acontecer em prejuízo ao trabalho dos parlamentares da tribuna. O que dá vida a qualquer parlamento é o debate, pois é da discussão que nasce a luz. Faço daqui um apelo ao presidente Tayah no sentido de reabilitar a tribuna. Sem ela não há parlamento.

Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto: skyscrapercity.com