O
que o Congresso Nacional pretende com a aprovação dessa lei é puro escapismo, é
o que chamo de estelionato social contra o nosso futuro, que depende da
melhoria da qualidade da educação
Por: vereador Mário Frota*
A Comissão de Constituição e Justiça do
Senado aprovou, ontem, projeto de lei que tem por objetivo obrigar as
universidades públicas do País a aceitar cotas sociais (filhos de pais pobres e
alunos egressos da rede de ensino público) e raciais (índios, negros e pardos).
Com tal atitude os representantes do povo,
no Congresso Nacional, em vez de ir para
cima
da causa, ou seja, tentar solucionar a gritante deficiência e falência do
ensino público nacional, hoje máquina de fazer analfabetos, preferem ir ao
efeito e, dessa forma, empurrar, na marra, para dentro das universidades
públicas, milhares de estudantes sem formação adequada para cursar os mais
variados cursos de nível universitário.
É fato vergonhoso, pois, com essa lei vão
terminar por expor milhares de jovens à humilhação e constrangimento. O certo
seria os governantes deste País, das esferas municipal, estadual e federal,
unirem-se para aumentar o número de vagas nas universidades e tentar melhorar a
qualidade do ensino público, atualmente entre os piores do mundo, similar a de
muitas republiquetas caribenhas e africanas.
Como pode um País que superou o PIB da
Inglaterra, fato que o colocou na condição de quinta economia mais rica do
Planeta, não cuidar nem mesmo da educação dos jovens que, por questões
econômicas, são obrigados a procurar os colégios públicos? Bem a propósito, Brasil
e Inglaterra são os países do mundo onde mais se paga impostos. O problema é
que há uma diferença abissal entre os dois: enquanto a Inglaterra oferece
serviços públicos de primeiro mundo, os oferecidos pelo Brasil não são muito
diferentes de países atrasados, a exemplo de Gana, na África.
O que o Congresso Nacional pretende com a
aprovação dessa lei é puro escapismo, é o que chamo de estelionato social
contra o nosso futuro, que depende da melhoria da qualidade da educação, que os
governantes estão na obrigação legal e moral de oferecer aos nossos filhos. Ir
ao efeito e esquecer a causa, no caso em tela, é um ato covarde, de
lesa-pátria, de quem se recusa a melhorar o ensino público falido que os
governantes deste País impõem ao nosso povo. Infelizmente somos um País rico de
políticos, mas pobre de homens públicos, com proposto sincero de resolver os
graves problemas que afligem esta desgraçada República.
*Mário
Frota é Líder do
PSDB na CMM
Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM
Foto:
ideiasdemulher.com.br