Por que o Senado da República, também conhecido por Casa de Rui Barbosa demonstra, em algumas situações, tanta falta de vergonha e despudor? Não deveria ser o contrário, tratando-se do parlamento mais destacado do país? Em sucessivas situações o Senado recua da ética política e, vergonhosamente, abraça o imoral. Apenas dois exemplos: impediu a oposição de investigar a Petrobrás, empresa que, em passado recente, foi alvo de vários escândalos. A CPI da Petrobrás no Senado, sob o domínio do PT de Lula, jogou uma pá de cal na pretensão da oposição em abrir a caixa preta da empresa que tem o monopólio de explorar, extrair, refinar e distribuir o petróleo retirado do nosso subsolo. O que não se entende é por que ela faz tudo isso usando a nossa moeda, o real, e nos vende a gasolina em dólar. Por culpa dessa mesma Petrobrás temos hoje a gasolina mais cara das Américas, o dobro do preço da comercializada no Uruguai, país que não produz uma única gota desse precioso líquido. Um absurdo, mais do que isso, um desrespeito ao nosso povo.
Agora, percorrendo o mesmo caminho sórdido, a maioria governista, sob o comando da presidente Dilma, resolve esconder da nação o mar de lama que atingiu o Ministério dos Transportes, envolvido num dos maiores escândalos da história deste país. Da forma mais desavergonhada, a tal de Comissão de Ética do Senado (não seria mais apropriado da falta de ética?) resolveu, no maior cinismo e despudor, engavetar a CPI, proposta pelo PSOL, para investigar a corrupção que envolve o ex-ministro da pasta, o senador Alfredo Nascimento e vários assessores diretos do primeiro escalão do Ministério.
O que pensam os nossos filhos quando se deparam com situações como essa? De onde eles esperam que venha o bom exemplo, o que vem é o incentivo à corrupção mais desavergonhada e repugnante. Em tese, a presidente Dilma, deveria, isso sim, incentivar a sua base de apoio no Senado a investigar, a fundo, o escândalo que envolveu a administração do seu ex-ministro dos Transportes. Infelizmente o que aconteceu foi o contrário, ou seja, a ordem emanada do Palácio do Planalto foi no sentido – e nisso entrou todo o peso da máquina administrativa – de fazer muitos senadores, que já haviam assinado a CPI, a retirar as suas assinaturas. Esse é o PT que eu conheço. Antes, na maior algazarra e euforia, a ‘companheirada’ petista gritava que iria acabar com a corrupção no Brasil, agora, no poder, o partido de Lula e Dilma revela-se, de longe, o mais corrupto da história pátria. Duvido quem diga o contrário.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM