segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CASO FERRUGEM: POLICIAIS PRESOS, FALTA MANDANTE

O terrível espetáculo que o povo brasileiro assistiu ontem pelo Fantástico, da TV Globo, chocou a todos pela selvageria e brutalidade envolvendo uma execução à sangue frio praticado por policiais do Grupo Fera, da Polícia Civil. A filmagem feita pelo Ministério Público do Estado revela, com pormenores, a frieza dos assassinos na hora em que invadem a casa do jovem empresário Fernando Pontes e, sem que houvesse qualquer reação disparam sobre o peito da vítima cinco tiros, sendo que alguns deles em cima do corpo caído sobre a cama. É o que se pode chamar de ‘cena inferno’. Não adiantou os gritos da vítima e da própria esposa que pedia que não matassem o seu marido. Nas proximidades, as duas crianças, filhas do casal, a tudo assistiam.

Fui o único político no Estado a me manifestar contra o bárbaro crime tanto da tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), como por meio deste blog. O fiz porque fiquei estarrecido com o noticiário sobre a morte do Ferrugem - apelido como era conhecido o empresário Fernando Pontes. Agora, o que não entendo é o silêncio da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (Ale), cuja criação foi um projeto de minha autoria quando do meu primeiro mandato naquela Casa. Durante quatro anos, na sua presidência, tornei-a a mais atuante na Casa, convocando para se explicar no plenário do Poder todas as autoridades da Polícia Civil e Militar denunciadas por abuso contra os Direitos Humanos.

A pergunta que fiz da tribuna e por esse blog também foi feita pela reportagem do Fantástico, ou seja, pegaram os matadores, mas, até agora não se sabe o nome do mandante. Não tem crime dessa natureza se não existe o mandante, é o óbvio. E onde ele se esconde? Vou repetir o que já disse: ‘ou a Polícia Civil e o Ministério Público chegam a essa figura ou saem desmoralizados desse processo’. Essa história, até a presente data, está contada pela metade. A família do Ferrugem e o povo em geral tem o direito de saber o nome, ou nomes dos mandantes do crime.

Quero, daqui, parabenizar o trabalho da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, a única entidade envolvida com a defesa dos direitos humanos que se pronunciou no Estado, ao contrário da existente na Assembléia que comeu quilos de abiu e não abriu a boca. Uma vergonha.

A verdade é uma só: esse fato hediondo terminou por nivelar a nossa Polícia Civil às piores do País, fato que não considero verdadeiro, haja vista que, nos seus quadros, há pessoas sérias, honradas, que não merecem viver o seu dia a dia com criminosos que em nada se diferem com os piores marginais presos nas penitenciárias do Estado. Tenho absoluta certeza que esses policiais sérios, que são a grande maioria, estão se sentindo incomodados com tal situação e, da mesma forma que nós aqui de fora, eles também desejam que os criminosos que enodoaram a categoria sejam afastados e exemplarmente punidos pela justiça.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

CÂMARA MUNICIPAL TEM O DEVER DE FISCALIZAR SE OS ÔNIBUS SÃO NOVOS

Mário Frota: “Defendo que a CMM, que é o poder fiscalizador das ações do Poder Executivo, contrate um grupo de mecânicos da sua confiança, para examinar criteriosamente cada ônibus”.


Os jornais noticiam que o Amazonino entregou 380 ônibus novos à população. Serão mesmo novos? Por tudo que vi no passado, tenho lá minhas dúvidas. Já vi esse filme em preto e branco e em cores. Quem não está lembrado dos 500 ônibus que os proprietários dessas mesmas empresas colocaram nas ruas de Manaus na administração Serafim Correia, que eu fazia parte como seu vice? Em cada um deles podia-se ler na traseira do veículo: ‘Somos 500 ônibus novos. Sou mais um’.

Depois de tudo que vi posso dizer que sou como São Tomé, ou seja, tenho que tocar para ver se é verdade. O Serafim pagou o maior mico em acreditar nos donos de ônibus. Quando vi os primeiros 80 veículos perfilados na Constantino Nery, em frente ao Olímpico Clube, acreditei que todos eram novos, pois que brilhavam mais do que costa de pão doce. Só caí na real, e quase morro de raiva com a patifaria dos caras, quando o meu motorista, com muita experiência no setor, já de volta para casa, revelou-me que, por tudo que tinha visto, acreditava que os ônibus não eram novos, mas na sua maioria encarroçados, quando não, apenas desamassados e pintados.

Convencido de que me falava a verdade, como era um sábado, esperei falar com o Serafim na segunda-feira. Cedo entrei no seu gabinete e fui mandando brasa: “Serafim, fomos enganados. Você tem que mandar investigar, por técnicos e mecânicos, se esses ônibus são novos mesmo. Eles ganharam o aumento das passagens no compromisso de colocar ônibus novos nas ruas de Manaus e não esse lixo que nos foi mostrado”. O Serafim empalideceu: “Você está maluco, Mário, os ônibus são novos, todos”. Então retruquei com uma pergunta: “Que novos coisa nenhuma rapaz, já viste ônibus novo com pneu recauchutado? Tinha ali ônibus tão mal pintado, com mancha de tinta nas borrachas de vedação, uma porcaria. Dois ônibus articulados do antigo Expresso ainda podia-se ver as sombras, por debaixo da tinta, das cobras da União Cascavel.

A minha maior indignação é que os donos de ônibus ganharam aumento nas passagens, no compromisso do povo receber ônibus novos. O que ele ganhou foi um amontoado de ônibus velhos, fantasiados de novos, que logo começaram a quebrar nas ruas da cidade. Uma vergonha. Nessa história sou gato escaldado, daí defender que a CMM, que é o poder fiscalizador das ações do Poder Executivo, contrate um grupo de mecânicos da sua confiança, para examinar criteriosamente cada ônibus. Essa é a única fórmula de defender o povo de Manaus de mais uma fraude, a exemplo do que aconteceu em passado recente.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

Foto: sindtran.wordpress.com