sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O PSICOPATA MORA AO LADO

Texto: Vereador Mário Frota* 
“é como se eles tivessem vindo de Marte. Estão   entre nós, mas não são humanos”.
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Em meu nome pessoal e da minha família, envio à sofrida família Belota os meus mais sentidos e sinceros pêsames.

     O crime que envolveu a família Belota, das mais tradicionais desta terra, mergulhou a cidade em profunda tristeza. Por que essas coisas tão terríveis acontecem onde menos se espera? O revoltante assassinato que ceifou a vida de vários membros dessa ilustre família não foi arquitetado por pessoas de fora, bandidos assaltantes, ou criminosos implicados com tráfico de drogas, mas por alguém do próprio grupo familiar, ou seja, pelo próprio filho, alguém que nem por sonho as vítimas, assim como os demais parentes, jamais poderiam imaginar capaz de arquitetar algo tão monstruoso.
     Somente depois que li o livro ‘Mentes Criminosas – o Psicopata Mora ao Lado’, da psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa, é que passei verdadeiramente a me preocupar com a figura do psicopata, alguém que, segundo ela, uma das mais importantes estudiosas do assunto, pode ser gente  muito próxima, quem sabe um amigo e até mesmo um filho.
Confesso que fiquei chocado, pois, para mim, pessoas possuídas desse mau só existiam no cinema, ou em casos raros, a exemplo de Suzane Richthofen, em São Paulo, que mandou assassinar à sangue frio os pais; ou ainda o macabro episódio em que o motoboy Francisco de Assis Pereira, o maníaco do parque, matou várias moças e as enterrou no Parque do Estado, em 1998, também em São Paulo.
     Segundo Ana Beatriz – e essa é uma revelação que me deixou pasmo – todas as pesquisas indicam que em cada grupo de mil pessoas, quarenta são psicopatas. Em outras palavras, quatro por cento da humanidade é psicopata. O número é assustador, razão porque é preciso que olhemos com maior atenção as pessoas que nos rodeiam. O que se sabe é que alguém pode conviver com um psicopata a vida inteira e nada lhe acontecer de grave. O que ele não suporta é ser contrariado nos seus desejos, pois, quem resolve atravessar no seu caminho está fadado a morrer nas mãos de alguém que não sente culpa, que age com extrema frieza e, com precisão matemática, arma o crime.
     Esse jovem que ora protagonizou o assassino do pai e de outros integrantes da família, com certeza jamais vai sentir a palavra remorso pelo brutal crime que arquitetou. Quem são os seus comparsas nesse hediondo crime? Trata-se de pessoas como ele, igualmente sedentos de sangue. É como naquela velha história: “Deus os fez, o vento os separou e o Diabo os uniu aqui, agora”. É o penico e a tampa. O mau não atrai o bem, mas o próprio mau. Esses excrementos se encontraram à caminho do esgoto. É como diz a professora Ana Beatriz sobre o comportamento dos psicopatas: “é como se eles tivessem vindo de Marte. Estão entre nós, mas não são humanos”.
     Pobre família. Que tristeza. Que Deus, na sua infinita bondade, receba as vítimas desses monstros, abrigando-as em uma das suas muitas moradas. Em meu nome pessoal e da minha família, por intermédio deste humilde blog, envio à sofrida família Belota os meus mais sentidos e sinceros pêsames.    
Foto: http://www.d24am.com/post/78925

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.