OU O MINISTRO DOS ESPORTES ORLANDO SILVA É UM BRINCALHÃO, OU AGE DE MÁ-FÉ QUANDO FALA
O ministro dos Esportes do Lula, Orlando Silva, não tem nada a ver com o seu homônimo que terminou consagrado como um dos maiores cantores do Brasil. O cantor Orlando Silva abria a boca para cantar e, quando o fazia, encantava quem o ouvia. Inspirou até a bossa nova de João Gilberto, pelo menos é o que afirmam os estudiosos da música popular brasileira. Ao contrário, o ministro do presidente Lula abre a boca para dizer besteira, a exemplo do que foi publicado nesse último domingo, dando conta que, ou o governo implode o Vivaldão e constrói o Arenão, ou Manaus deixa de participar da Copa de 2014.
Outra cômica do ministro é que o governo federal vai proporcionar muitos jogos amistosos entre as seleções nas capitais que não conseguiram emplacar como sub-sedes dos Jogos de 2014. Boa Vista, capital do Estado de Roraima, seria um dos beneficiados, diz o ministro. Ora, em 2014 o Lula não é mais o presidente da República e esse Orlando também não será mais ministro. Ele promete o que não mais estará sobre o seu controle. É um tremendo cara-de-pau. Na semana passada, a pesquisa feita pela Data-Folha apresentava José Serra com 10 pontos na frente da candidata petista.
Ou esse ministro é um brincalhão, ou age de má-fé, tentando plantar no espírito das pessoas que até 2014 o presidente Lula e a turma do dinheiro na cueca ainda vai estar no poder. É muita pretensão. Afinal, o ministro é porta-voz do governo, ou está a serviço das empreiteiras que querem meter a mão nos 500 milhões de reais que serão destinados à construção da Arena? Ele fala em tom ameaçador, ou seja, deixando a todos a impressão de que quem está falando não é o ministro dos esportes do Brasil, mas um agente operoso das empreiteiras que estão loucas para meter a mão nessa grana alta, dinheiro com o qual poderíamos construir 250 escolas, com 20 salas, devidamente climatizadas, com quadras polivalentes, ao preço de dois milhões de reais a unidade.
Por que ao invés de fazer o jogo das empreiteiras, o ministro Orlando Silva não força o Distrito Industrial, que tem uma receita de 30 bilhões de dólares/ano a investir um pouco no esporte no Amazonas, em especial no futebol, que hoje está absolutamente falido? Essas mesmas indústrias financiam os times da região Sul e Sudeste do País, mas, aqui, o que eles dão é uma banana quando algum dirigente de time local vai procurá-los nas empresas.
Vamos lá ministro. Vá para cima deles. Antes de qualquer projeto megalomaníaco, como essa tal de Arena, o que primeiro se deve fazer é lutar pelo renascimento do futebol no Amazonas. Por que implodir um estádio que, segundo cálculo feito pela revista Exame, vale 400 milhões de reais? Não fica mais barato adequar o que já temos e, de forma racional, utilizarmos o dinheiro a ser usado na construção da Arena em setores prioritários, como saúde, educação, saneamento e segurança? Fique do lado do povo ministro e não das empreiteiras. Estamos de olho no senhor, ministro, e bem abertos.
Vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM