quarta-feira, 18 de julho de 2012

CARIJÓ IMPEDE DEBATE SOBRE O PROBLEMA DO TRÂNSITO NO CENTRO DE MANAUS



Texto: Vereador Mário Frota*
Por qual razão os vereadores que apóiam o Amazonino bombardearam o meu requerimento que tem por objetivo esclarecer a razão que levou a Prefeitura a interditar a área do centro da cidade?
A cada dia que passa mais me decepciono com essa maioria que o Amazonino tem na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ontem, de forma absurda, sem qualquer explicação racional, os seus líderes resolveram impedir que um requerimento de minha autoria, com objetivo de discutir o grave problema por que passa o centro de Manaus, hoje com o seu comércio entregue às moscas, ou seja, em vias de falência, em razão da retirada dos ônibus que circundavam a Praça da Matriz no sentido da Marquês de Tamandaré.
De forma truculenta, sem qualquer explicação, o vereador Carijó, um dos vice-líderes do Prefeito, solicitou vista ao meu requerimento, impedindo assim, que a CMM, em audiência pública discuta a questão da mobilidade urbana do centro da cidade, com a presença de Manoel Henrique Ribeiro, Diretor-Presidente do Instituto Municipal de Ordem Social; Ismael Bicharra Filho, presidente da Associação Comercial do amazonas; José Roberto Tadros, presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas; Ralph Baraúna Assayag diretor-presidente da Câmara de Diretores Lojistas de Manaus; e de Raimundo Inácio Ferreira de Sena, presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Manaus para falar sobre a mobilidade urbana, dos comerciantes e trabalhadores do centro da cidade de Manaus, para falar sobre o assinto.
O que se pretende saber com essa reunião, com a presença das autoridades do município e das entidades civis acima citadas, é a razão que originou  a ordem para a retirada da estação de ônibus do centro e o tráfego de qualquer veículo pesado pela na área.  A sociedade manauense precisa saber se tem procedência a alegada  justificativa  de que as galerias de esgotos, construídas no início do século passado pelos ingleses, teriam sido mesmo comprometidas pelas últimas grandes enchentes, ao ponto de haver  risco de desabamento.
Por tudo o que se sabe, até o presente momento, nenhuma investigação teria sido realizada na área sob suspeição de desabamento. Que tipo de estudo teria sido feito por engenheiro com graduação em geologia?  Alguém já desceu às galerias para constatar se ocorreram danos provocados pela enchente, ao ponto de colocar em risco a vida de pessoas transportadas por ônibus e outros veículos?  É verdade que nos últimos cinco anos a área da Matriz foi invadida pelas águas, fato que também ocorreu na grande enchente de 1953.
Ora, o que se sabe é que após aquela grande alagação, o trânsito de ônibus na área  continuou, sem interrupções,  até os dias de hoje.  O laudo apresentado pela Prefeitura, que deu suporte ao ato da interdição, e consequente proibição da passagem de ônibus pela área, foi assinado por engenheiro civil em cima de suposição de que a área pode ruir com o peso de veículos pesados. Ou seja, por tudo que se sabe nenhum estudo geológico foi elaborado para se saber se as estruturas das galerias foram realmente prejudicadas pela enchente. Em síntese, o que o povo precisa saber é se a interdição feita pela Prefeitura na área está baseada em estudo científico, ou mero achismo.
Por qual razão os vereadores que apóiam o Amazonino bombardearam o meu requerimento que tem por objetivo esclarecer a razão que levou a Prefeitura a interditar a área?  Por que o medo dos vereadores do Prefeito em trazer essa discussão, que é do interesse de toda a sociedade, para dentro do Poder que representa o povo de Manaus? Essas perguntas devem  ser feitas ao  próprio Prefeito Amazonino e aos vereadores que, com lealdade canina, o defendem na Câmara.

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.