Texto:
Vereador Mário Frota*
Por
qual razão os vereadores que apóiam o Amazonino bombardearam o meu requerimento
que tem por objetivo esclarecer a razão que levou a Prefeitura a interditar a
área do centro da cidade?
A cada dia que passa mais me decepciono com
essa maioria que o Amazonino tem na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ontem, de
forma absurda, sem qualquer explicação racional, os seus líderes resolveram
impedir que um requerimento de minha autoria, com objetivo de discutir o grave problema
por que passa o centro de Manaus, hoje com o seu comércio entregue às moscas,
ou seja, em vias de falência, em razão da retirada dos ônibus que circundavam a
Praça da Matriz no sentido da Marquês de Tamandaré.
De forma truculenta, sem qualquer explicação,
o vereador Carijó, um dos vice-líderes do Prefeito, solicitou vista ao meu
requerimento, impedindo assim, que a CMM, em audiência pública discuta a
questão da mobilidade urbana do centro da cidade, com a presença de Manoel Henrique Ribeiro, Diretor-Presidente
do Instituto Municipal de Ordem Social; Ismael Bicharra Filho, presidente da
Associação Comercial do amazonas; José Roberto Tadros, presidente da Federação
do Comércio do Estado do Amazonas; Ralph Baraúna Assayag diretor-presidente da Câmara de
Diretores Lojistas de Manaus; e de Raimundo Inácio Ferreira de Sena, presidente
do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Manaus para falar sobre a
mobilidade urbana, dos comerciantes e trabalhadores do centro da cidade de
Manaus, para falar sobre o assinto.
O que se pretende saber com essa reunião, com
a presença das autoridades do município e das entidades civis acima citadas, é
a razão que originou a ordem para a
retirada da estação de ônibus do centro e o tráfego de qualquer veículo pesado
pela na área. A sociedade manauense
precisa saber se tem procedência a alegada
justificativa de que as galerias
de esgotos, construídas no início do século passado pelos ingleses, teriam sido
mesmo comprometidas pelas últimas grandes enchentes, ao ponto de haver risco de desabamento.
Por tudo o que se sabe, até o presente
momento, nenhuma investigação teria sido realizada na área sob suspeição de
desabamento. Que tipo de estudo teria sido feito por engenheiro com graduação
em geologia? Alguém já desceu às
galerias para constatar se ocorreram danos provocados pela enchente, ao ponto
de colocar em risco a vida de pessoas transportadas por ônibus e outros
veículos? É verdade que nos últimos cinco
anos a área da Matriz foi invadida pelas águas, fato que também ocorreu na
grande enchente de 1953.
Ora, o que se sabe é que após aquela grande
alagação, o trânsito de ônibus na área
continuou, sem interrupções, até
os dias de hoje. O laudo apresentado
pela Prefeitura, que deu suporte ao ato da interdição, e consequente proibição
da passagem de ônibus pela área, foi assinado por engenheiro civil em cima de
suposição de que a área pode ruir com o peso de veículos pesados. Ou seja, por
tudo que se sabe nenhum estudo geológico foi elaborado para se saber se as
estruturas das galerias foram realmente prejudicadas pela enchente. Em síntese,
o que o povo precisa saber é se a interdição feita pela Prefeitura na área está
baseada em estudo científico, ou mero achismo.
Por qual razão os vereadores que apóiam o
Amazonino bombardearam o meu requerimento que tem por objetivo esclarecer a
razão que levou a Prefeitura a interditar a área? Por que o medo dos vereadores do Prefeito em
trazer essa discussão, que é do interesse de toda a sociedade, para dentro do
Poder que representa o povo de Manaus? Essas perguntas devem ser feitas ao próprio Prefeito Amazonino e aos vereadores
que, com lealdade canina, o defendem na Câmara.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.
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