terça-feira, 27 de março de 2012

CPI DA ÁGUA VIROU CONVERSA FIADA, PAPO PARA BOI DORMIR


E agora José? Não me refiro ao poema de Carlos Drumond de Andrade, mas ao Waldemir José que também fez coro de que a CPI era a solução para fazer jorrar água nas zonas Leste e Norte da cidade

Em véspera de eleição, setores da imprensa local passaram à sociedade a idéia de que a CPI da água tinha poderes para fazer chegar o precioso líquido às casas das 500 mil pessoas dos bairros situados nas zonas Leste e Norte.

Agora, aprovada e instalada a CPI, esses mesmos seguimentos da imprensa mudam a linguagem e começam a falar tão somente em investigação. Não mais que de repente a conversa mudou.

Ora, se o problema é só investigação, então basta que os vereadores que vão compor a tal CPI leiam o relatório da que foi instalada em 2.005 e copiar tudo o que lá está. Entre as principais sugestões pode-se ler a que aconselha o Poder Executivo a anular o contrato com a concessionária Águas do Amazonas.

O resto todo mundo sabe o que aconteceu, a exemplo da repactuação do contrato feito a “posteriori” pelo Serafim Correia, que permitiu que a Águas do Amazonas continuasse dona da concessão, embora a CPI tivesse apontado outro caminho.

Por fim, investigar também o Proama, o projeto tocado na Ponta das Lages pelo Eduardo Braga, que agora arde como brasa nas mãos do Omar Aziz, pela falta da rede de distribuição da água que esqueceram de inserir no tal projeto, a exemplo da iluminação da Ponte Rio Negro, que só lembraram depois da obra concluída.

É o teatro do absurdo, a começar pelos artistas que vão integrar a CPI, todos eles liderados dos principais agentes a serem investigados. E agora José? Não me refiro ao poema de Carlos Drumond de Andrade, mas ao Waldemir José que também fez coro de que a CPI era a solução para fazer jorrar água nas zonas Leste e Norte da cidade.

Ora, depois que o Omar declarou publicamente que o Estado precisava investir R$ 1 bilhão para a construção da rede necessária para levar a água do Proama para as zonas Leste e Norte, toda essa história de CPI virou conversa fiada, papo para boi dormir. Ou seja, ou o Estado investe essa grana na tal rede, ou babaus. E tem mais: mesmo que o Estado consiga essa grana para tocar o projeto, as obras não ficarão prontas em menos de dois anos, pois, além do trabalho de aterramento das adutoras e das tubulações para as residências, também serão necessários reservatórios.

A realidade é essa. Não é preciso ser profeta para saber que essa CPI, movida pela demagogia, com fins eleitoreiros, está inexoravelmente fadada a virar pizza, melhor, uma macarronada tamanho família. Quem viver até lá, verá.

Por: Vereador Mário Frota

Líder do PSDB na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM