Países como a Bélgica, a Suíça e a Holanda têm um PIB pequeno em relação ao Brasil, mas os serviços públicos são excelentes, entre os melhores do Planeta.
Dependesse das riquezas hoje produzidas no solo nacional, o Brasil já poderia ser considerado um país de Primeiro Mundo. E por que não é? Como um país que, embora ostente agora a honrosa classificação de 6ª economia do Planeta, ainda parece tão distante de participar do clube de um grupo tão seleto de nações?
Outro exemplo de que não basta produzir riquezas para pertencer ao restrito clube acima citado, é a China. Apesar do país de Confúcio ser hoje a 2ª economia do mundo, ainda está a anos luz de integrar o grupo que ostenta a classificação de nações do Primeiro Mundo.
A resposta não está apenas na produção de riquezas, mas de como elas são investidas na melhoria da qualidade de vida da sociedade, em setores como educação, saúde, saneamento básico, segurança, moradia, entre outros. Democracia é um dos itens exigidos e pressupõe sistema legal sob a égide de uma constituição soberana, eleições limpas, justiça ágil e isenta e poderes independentes.
Países como a Bélgica, a Suíça e a Holanda têm um PIB pequeno em relação ao Brasil, mas os serviços públicos são excelentes, entre os melhores do Planeta. Quando vice prefeito de Manaus participei em Barcelona de uma reunião de prefeitos do Brasil e da Espanha. A cada reunião, minhas frustrações aumentavam, ao ponto de ficar deprimido.
Na palestra que proferi demonstrei, cheio de orgulho, com apresentação de fotos, do antes e depois, que a administração Serafim Correia havia transformado uma lixeira a céu aberto em aterro sanitário. Em aparte a autoridade, o equivalente aqui a Secretário da Limpeza Pública, questionou: “mas vocês estão enterrando dinheiro... Aqui selecionamos o lixo e ele é reciclado...” Ao final, entendi que naquela reunião não tinha nada a ensinar, mas com humildade a aprender.
Na questão educação levamos outro banho. O Secretário da Educação de Sabadel, cidade vizinha de Barcelona, levou-nos a uma escola pública, de nível equivalente ao nosso ensino fundamental. Outro susto, pois, acostumado aqui com as escolas que temos, deparei-me com um colégio nos moldes do nosso Adalberto Vale, onde desembolso quase mil reais com despesa mensal com o meu filho de nove anos, sem falar que tenho que pagar por fora caso ele queira praticar algum tipo de esporte (futebol, judô, capoeira), ou participar do curso de artes (violão, violino, ou qualquer outro instrumento).
Agora, vejam a diferença: no colégio público que visitei na Espanha, as crianças têm direito à prática de esportes, a escolher, assim como também participar de cursos de artes, sem que os pais gastem nada. Primeiro Mundo é isso. É de dar inveja.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM