segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

BRASIL DO PRIMEIRO MUNDO COM SERVIÇOS DE SEGUNDA CATEGORIA

Países como a Bélgica, a Suíça e a Holanda têm um PIB pequeno em relação ao Brasil, mas os serviços públicos são excelentes, entre os melhores do Planeta.

Dependesse das riquezas hoje produzidas no solo nacional, o Brasil já poderia ser considerado um país de Primeiro Mundo. E por que não é? Como um país que, embora ostente agora a honrosa classificação de 6ª economia do Planeta, ainda parece tão distante de participar do clube de um grupo tão seleto de nações?

Outro exemplo de que não basta produzir riquezas para pertencer ao restrito clube acima citado, é a China. Apesar do país de Confúcio ser hoje a 2ª economia do mundo, ainda está a anos luz de integrar o grupo que ostenta a classificação de nações do Primeiro Mundo.

A resposta não está apenas na produção de riquezas, mas de como elas são investidas na melhoria da qualidade de vida da sociedade, em setores como educação, saúde, saneamento básico, segurança, moradia, entre outros. Democracia é um dos itens exigidos e pressupõe sistema legal sob a égide de uma constituição soberana, eleições limpas, justiça ágil e isenta e poderes independentes.

Países como a Bélgica, a Suíça e a Holanda têm um PIB pequeno em relação ao Brasil, mas os serviços públicos são excelentes, entre os melhores do Planeta. Quando vice prefeito de Manaus participei em Barcelona de uma reunião de prefeitos do Brasil e da Espanha. A cada reunião, minhas frustrações aumentavam, ao ponto de ficar deprimido.

Na palestra que proferi demonstrei, cheio de orgulho, com apresentação de fotos, do antes e depois, que a administração Serafim Correia havia transformado uma lixeira a céu aberto em aterro sanitário. Em aparte a autoridade, o equivalente aqui a Secretário da Limpeza Pública, questionou: “mas vocês estão enterrando dinheiro... Aqui selecionamos o lixo e ele é reciclado...” Ao final, entendi que naquela reunião não tinha nada a ensinar, mas com humildade a aprender.

Na questão educação levamos outro banho. O Secretário da Educação de Sabadel, cidade vizinha de Barcelona, levou-nos a uma escola pública, de nível equivalente ao nosso ensino fundamental. Outro susto, pois, acostumado aqui com as escolas que temos, deparei-me com um colégio nos moldes do nosso Adalberto Vale, onde desembolso quase mil reais com despesa mensal com o meu filho de nove anos, sem falar que tenho que pagar por fora caso ele queira praticar algum tipo de esporte (futebol, judô, capoeira), ou participar do curso de artes (violão, violino, ou qualquer outro instrumento).

Agora, vejam a diferença: no colégio público que visitei na Espanha, as crianças têm direito à prática de esportes, a escolher, assim como também participar de cursos de artes, sem que os pais gastem nada. Primeiro Mundo é isso. É de dar inveja.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PSDB na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

BRASIL SUPERA PIB DA INGLATERRA COM CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS

Distribuição da riqueza não é sair por aí distribuindo o PIB em partes iguais. Isso não existe. Há outras formas como investimentos maciços na educação, na saúde, na construção de moradia, na segurança pública, na construção de esgotos...

O Produto Interno Bruto (PIB), do Brasil, superou o da Inglaterra. Em razão disso, o Brasil é hoje a 6ª economia do mundo, ficando atrás de países como os EUA, a China, a Alemanha, o Japão e a Itália. Beleza. Vamos comemorar soltando fogos e bebendo uns copos, como dizem os nossos irmãos portugueses.

Crescer economicamente é muito bom. O problema, no entanto, esbarra na distribuição das riquezas neste País. Ultrapassamos o Reino Unido e, daqui a pouco, vamos deixar a Itália para trás. A crise mundial nos ajuda. Nos EUA o desemprego cresce. A Europa vive a sua maior crise a partir da sua organização em mercado comum, com uma única moeda: o euro.

O problema nosso, agora, é o desafio quanto a distribuição da renda, levando-se em conta que as riquezas do País vão continuar concentradas nas mãos de poucos. Na época da ditadura quem falava em distribuir a renda era tachado de comunista e podia ser preso. O problema é que os tempos mudaram. A guerra fria acabou. Finalmente já se pode falar no assunto sem medo de apodrecer num porão de um quartel. Delfim Netto, ministro das finanças de um dos generais-presidentes da ditadura, certa vez saiu-se com essa: “vamos deixar o bolo crescer para depois dividi-lo.”

Ora, passaram-se mais de três décadas e, embora o bolo tenha crescido muito, a fatia maior ainda está nas mãos de poucos. PIB e renda per capita se são parâmetros em países como a Inglaterra, no Brasil não expressam nada. O nosso exemplo aqui é a Zona Franca de Manaus (ZFM). O que fica mesmo no Amazonas dos 40 bilhões de dólares que as empresas aqui sediadas, com generosos incentivos fiscais, faturam anualmente? Resposta: o ICMS que o Estado recolhe, o ISS que o município de Manaus fatura, somados aos empregos que o Distrito Industrial oferece, e só. Emprego? Será que se pode chamar de emprego ou é subemprego um operário do Distrito trabalhar, num terceiro turno, das 10:00 horas às 6:00 da manhã, para ganhar míseros R$ 750,00 que, com os descontos, só lhe sobram R$ 650,00?

Por outro lado, distribuição da riqueza não é sair por aí distribuindo o PIB em partes iguais entre os habitantes do País. Isso não existe. Há muitas formas de se promover o bem estar de um povo, a exemplo da melhoria salarial, de investimentos maciços na educação, na saúde, na construção de moradias para quem precisa, na segurança pública, na construção de esgotos, na qualidade da água, em propiciar o povo com uma justiça ágil e barata, e vai por aí.

Precisamos acabar com essa esmola de ‘bolsa isso e bolsa aquilo’, que os governantes, por questão eleitoreira, acostumaram o povo a passivamente receber. O trabalho enobrece o ser humano. O nosso povo não precisa de esmola, mas de emprego, do salário decente. Por que, ao invés de dar a esmola em forma de bolsa família, gás, floresta, e sei lá mais o que, o governo brasileiro, a exemplo dos EUA, não isenta de impostos os produtos (alimentos) que compõem a cesta básica? Fica aqui a sugestão.

Por: vereador Mário frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM