O legado Umberto Calderaro frutificou e hoje é administrado pela Dona Rita, Cristina, Dissiquinha, Umberto, Tatiana e uma equipe nota dez
Amigos e amigas que me acompanham neste Blog, quero lhes contar que tive a honra de conhecer pessoalmente o Jornalista Umberto Calderaro, o homem que, movido pelo mais profundo idealismo, lançou os alicerces desse grande jornal que é A Crítica, hoje o mais importante veículo de comunicação escrita do Norte do País.
Conheci o mestre Calderaro por ocasião da campanha da eleição de 1974, época difícil da vida nacional, em que o Brasil vivia sob o tacão de uma ditadura militar feroz, que prendia, torturava, assassinava e exilava estudantes, professores, líderes operários e políticos. Momentos tenebrosos aqueles.
Impedido pelos militares de concorrer para deputado federal, o vereador Fábio Lucena, na época vereador, e o político da oposição com maior prestígio no Estado, procurou-me e me convidou para substituí-lo na vaga de deputado federal. Inicialmente disse-lhe que não me sentia preparado para tal, pois que não tinha nenhuma experiência de política partidária, mas tão somente de política estudantil, haja vista que havia sido presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito e depois presidente do DCE da Universidade Federal (hoje UFAM). Pedi-lhe um tempo para pensar. Mas o resultado todos conhecem: aceitei.
Dias depois, Fábio convidou-me a visitar o Sr. Umberto Calderaro na sede do jornal A Crítica, na época na Lobo D’Almada. Em lá chegando, foi logo dizendo: “Calderaro, esse rapaz é o meu indicado para me substituir na vaga de deputado federal e peço que você o apóie”. O Sr. Umberto ficou me olhando e, ao final, respondeu: “deixa o garoto comigo, Fábio. Ora, se é o que você quer, então vamos à luta”.
Com o apoio ostensivo do Fábio e as bênçãos do Sr. Umberto Calderaro venci a eleição, despontando como o mais votado do pleito. A partir de então passei a frequentar com certa assiduidade a redação do jornal A Crítica, para ouvir os conselhos e orientações de alguém que passei a vê-lo como uma espécie de mentor, um irmão mais velho. Confesso que, quando estava angustiado frente a questões que não conseguia entender bem, era na inteligência aguçada do Sr. Umberto que encontrava respostas. Um gênio, na minha opinião e, acredito, da de muita gente que o conheceu de perto.
A Rede Calderaro de Comunicações, o grande legado de Umberto Calderaro, hoje integrada pelo Jornal A Crítica, onde tudo começou, logo passou a ser constituída pela rádio e uma emissora de televisão. A verdade é que, com o passar do tempo, a área que passou a ser conhecida por Cidade das Comunicações, transformou-se no mais poderoso complexo de comunicação do Amazonas.
O Sr. Umberto Calderaro desapareceu. Deus o levou. No entanto, o seu legado frutificou e hoje é administrado pela sua esposa Dona Rita, pela Cristina, pelo Dissiquinha, pelo Umberto, pela Tatiana e uma equipe nota 10 que, com arrojo e determinação, vêm mantendo os três poderosos órgãos de informação (jornal, rádio e televisão), cada vez mais eficientes e presentes na vida do povo do nosso Amazonas. Por tudo que sabemos nada é mais certo dizer que, nesses últimos 63 anos, a história do jornal A Crítica se confunde com a do próprio Amazonas.
O jornalista Umberto Calderaro saiu da vida, mas entrou para a história do jornalismo deste País. Disse o escritor Guimarães Rosa que “os grandes homens não morrem, se encantam”. Umberto Calderaro continua encantado nos nossos corações. É assim que eu penso, melhor, que vou pensar sempre.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da