COM A REFORMA DO ESTÁDIO VIVALDO LIMA, O VIVALDÃO, SOBRA 400 MILHÕES PARA SEREM APLICADOS NAS ÁREAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO, SEGURANÇA E TRANSPORTE COLETIVO. Adeus vitória nesta Copa. O Brasil volta pra casa e, na condição de anfitrião da próxima Copa de 2014, tem que começar a arrumar a casa para a grande festa daqui a quatro anos.
Enganam-se os que imaginam que os países que promovem jogos da Copa ganham dinheiro com isso. Ledo engano. Estudiosos do assunto são hoje unânimes em afirmar que todos os países que promovem esse tipo de campeonato tomaram prejuízo. E por quê? Pela avalancha de recursos em estádios, alguns espetaculares, mas extremamente caros, além, de grandes investimentos em infra-estrutura.
Pessoalmente, sou favorável a grandes investimentos na infra-estrutura das cidades que servirão de sede para esses jogos. Mas recuso-me a aceitar que o poder público faça investimentos errados em estádios monumentais, a exemplo do que se deseja fazer aqui com a derrubada do Vivaldão e, em cima, construir outro a peso de ouro.
Todos os estados que vão servir de sub-sede para a Copa de 2014 estão programando reformas nos seus estádios. A exceção é o Amazonas e São Paulo, frente a uma desavença em relação ao Morumbi, que é de propriedade do São Paulo Futebol Clube.
Se alguém me convencer que é certo implodir um estádio que, segundo a revista Exame, vale 400 milhões de reais em pé, sem falar que há 10 anos foram gastos, numa reforma, 20 milhões de dólares, transformando-o num dos estádios mais modernos do País, o melhor, de longe, da região Norte, abro mão da minha posição e passo a aplaudir publicamente a construção do novo estádio, da tal Arena.
Vamos ver o tamanho do absurdo. O Vivaldão vale, como afirma a revista Exame, 400 milhões de reais, somado aos 500 que vão gastar com a Arena e mais os 25 por cento do aditivo, que vai acontecer na certa, o Amazonas vai ganhar um estádio ao custo de mais de 1 bilhão de reais, ou seja, mais caro do que aponte que vai ligar as duas margens do Rio Negro.
Ora, é muito dinheiro. Por que não usar numa grande reforma 100 milhões de reais, incluindo aí cobertura e o aumento das arquibancadas, e aplica-se os 400 restantes na melhoria da cidade para a Copa, na área da saúde, educação, saneamento, segurança e transporte coletivo?
Pelo menos, depois da Copa de 2014, ninguém vai reclamar dos recursos usados na melhoria da cidade, pelo contrário, todos vão elogiar. E se esse dinheiro todo for usado no novo estádio? E se depois de passada a festa e ninguém saber o que fazer com a tal Arena? O que então fazer com esse novo elefante branco? Ainda há tempo para recuos. Cautela e canja de galinha, como já diziam os nossos avós, não faz mal a ninguém. Portanto, ainda é hora de prevalecer o bom senso.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM