quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SERAFIM COMPROU FRANGO DE R$ 9,50 QUANDO CUSTAVA R$ 2,50 NOS SUPERMERCADOS


MERENDA ESCOLAR COMO ESTÁ É SINÔNIMO DE CORRUPÇÃO. A SAÍDA É A SUA TERCEIRIZAÇÃO, A EXEMPLO DO QUE JÁ É FEITO EM ALGUNS MUNICÍPIOS DO SUL DO PAÍS. A corrupção envolvendo a merenda escolar geralmente tem começo na licitação e prolonga-se em todos os estágios, até chegar ao destino final, ou seja, na mesa das crianças. A pilantragem tem começo na licitação, mas casos ocorreram em que diretores foram denunciados por desvio da merenda escolar, assim como professores e funcionários. Mal acondicionados, geralmente em dispensas quentes e úmidas, os alimentos da merenda escolar terminam contaminadas por ratos e baratas.

Por tudo isso é que, na administração Serafim Correia, da qual fui o seu vice, defendi, com unhas e dentes, a merenda terceirizada, a exemplo do que já vem sendo feito em quase todos os municípios do Sul do País. Logo que assumimos fui conhecer a nova experiência em municípios de São Paulo. Voltei e apresentei relatório ao Serafim que, de início, demonstrou grande interesse em implementar a terceirização nos moldes do que eu havia visto.

O atual modelo propicia grandes escândalos, a exemplo do que aconteceu na administração do próprio Serafim, no triste episódio da compra de frangos para merenda escolar. O frango que, à época, custava R$ 2,30 o quilo nos supermercados da cidade, foi comprado pela Secretaria da Educação do município por R$ 9,50. Um absurdo.

Depois disso o Serafim, finalmente, resolveu partir para o processo de terceirização da merenda. Terminada a tal licitação, fiquei sabendo pelo próprio secretário, que a alimentação colocada na mesa das crianças iria ficar quase o dobro do preço do que custava à prefeitura de São Luís (MA), e 80 por cento mais caro do que a servida em Boa Vista (RR). Fiquei entre perplexo e revoltado.

Falei ao Serafim que a licitação foi viciada e que, publicada, o povo iria chamá-lo de ladrão. O Serafim ficou pálido e, em seguida, me garantiu que iria anular a licitação, como o fez. O problema é que, a partir de então, não mexeu uma palha para fazer uma nova licitação. Resultado: tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes. Quem perdeu com isso foram as crianças e, naturalmente, os cofres do município.

Portanto, não existe saída. Ou se parte para a solução da merenda escolar terceirizada, onde o município paga pelo que é consumido pelos alunos, colocada na mesa, ou a bandalheira vai continuar como está.

Otomar Souza Pinto era o governador de Roraima quando a merenda foi terceirizada. Consta que, antes de adotar a medida, procurou conscientizar os professores. Na reunião com os mestres, naquele seu estilo rude de dizer as coisas, disparou: “Estou terceirizando a merenda escolar porque no sistema que está vocês são os primeiros beneficiados e os alunos, os últimos”. Talvez porque o velho já estava doente, o que o fazia mais ranzinza. Todo mundo ficou calado.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM