Texto:
Vereador Mário Frota*
Da
tribuna e pela imprensa chamei-o de ditadorzinho. E é, pois, assim que assumiu a
Presidência do Poder, passou a agir como se fosse o seu dono, e não alguém que
eu e os companheiros vereadores o colocamos para administrar a Casa
Tayah, o chorão, foi à Justiça Eleitoral e
pediu direito de resposta para se defender da acusação que lhe fiz, pelo horário
eleitoral gratuito da televisão, acusando-o de ter engavetado o meu projeto extinguindo
o 14º salário, também conhecido por auxílio paletó.
Vejam quanta hipocrisia e capacidade de
mentir. A reunião foi convocada por ele e realizada no seu gabinete, onde, ao
final, como presidente da Casa, na marra, resolveu engavetar o meu projeto,
contrariando, assim, o Regimento Interno do Poder que, em casos como esse,
manda que a proposição seja remetida à Comissão de Constituição e Justiça,
instância legal para se pronunciar sobre a sua constitucionalidade e
legalidade.
A pressa em continuar roendo o osso foi tão
grande, que o Presidente Isaac Tayah impediu até mesmo que o meu projeto fosse
ao Plenário para deliberação. Tudo bem. Ora, se não foi ele que autorizou que o
projeto fosse engavetado, então quem foi? A rainha da Inglaterra? O Papa? O
Dalai Lama? Nenhum desses é o presidente da CMM e têm interesses que essa lei
infame, esse privilégio imoral, conhecido por auxílio paletó, que é o 14º
salário, seja pago aos vereadores de Manaus.
Como não poderia aceitar a afronta à
Democracia, ao direito que o meu povo me conferiu para legislar em seu nome,
fui à Justiça e aguardo julgamento. Por questão de princípio, afirmo que vou a
até a última instância da Justiça brasileira, por entender que o meu direito de
legislar foi por ele violado. Da tribuna e pela imprensa chamei-o de
ditadorzinho. E é, pois, assim que assumiu a Presidência do Poder, passou a
agir como se fosse o seu dono, e não
alguém que eu e os companheiros vereadores o colocamos para administrar a Casa
pelos dois últimos anos desta legislatura.
Agora, ele, depois de um tempão, em
obediência à Lei da Transparência, finalmente resolveu publicar os salários dos
vereadores e funcionários da Câmara. Cometeu as maiores injustiças.
Funcionários que ganham R$ 14.000,00, apareceram percebendo R$ 29.000,00. E por
que isso aconteceu? Explico: aos R$ 14.000,00 do salário, foram acrescidos o
pagamento do décimo terceiro, férias e outras vantagens. Indignados os
funcionários foram conversar com ele, pedindo-lhe que republicasse a lista dos
salários discriminando os ganhos. Deu de ombros e não atendeu ninguém. Em
outras palavras: “vão pastar em outra freguesia”. Injuriados, vários
funcionários, incluindo aí procuradores, já ingressaram na Justiça para
obrigá-lo a corrigir o erro, ou melhor, a injustiça.
Quanto à acusação que lhe fiz pela TV, no
horário eleitoral, Tayah entrou na Justiça e conseguiu um minuto para se
defender de eu o ter acusado de ser o carrasco que degolou o meu projeto
acabando com o auxílio paletó. Agora, o que não entendo, é como ele ganhou um
minuto para se defender se, a minha fala, durou apenas 20 segundos? É muito
estranho. Não faz mal. O meu partido tem o direito de recorrer.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.