segunda-feira, 30 de abril de 2012

TRABALHADOR COMEMORA DATA COM CHURRASCADAS E BEBEDEIRAS


Hoje as comemorações, organizadas pelas Centrais Sindicais, resumem-se a churrascadas e bebedeiras. O principal culpado pela falência do sindicalismo no país é o Imposto Sindical. Tudo isso começou com a chegada do Lula ao Poder.
Aproxima-se o 1º de maio, a data mais importante comemorada pelos trabalhadores de todo o Planeta. Mesmo nos países do chamado Primeiro Mundo, a classe trabalhadora reúne-se em espaços públicos e promovem grandes manifestações, fato um tanto diferente daqui, pois, enquanto lá, o 1º de maio é comemorado com reuniões para protestar contra baixos salários, discutir questões como a redução da jornada de trabalho, ou segurança no trabalho, no Brasil de hoje as comemorações, organizadas pelas Centrais Sindicais, resume-se a churrascadas e bebedeiras, a exemplo do que vem ultimamente  ocorrendo em São Bernardo (SP), historicamente a pátria do movimento sindical metalúrgico.
Por que então esse descaso das lideranças sindicais no Brasil com o 1º de maio?  Resposta: acomodação. Tudo isso começou com a chegada do Lula ao Poder. Aí está o divisor de águas.  Antes, somente os sindicatos e federações sindicais tinham direito à partilha do Imposto Sindical, representado pelo recolhimento compulsório, ou seja, na marra, de um dia de salário cobrado anualmente dos trabalhadores de todo o país. No poder, Lula determinou que uma parcela oriunda desse imposto fosse destinada às Centrais Sindicais. E mais: impediu que o Tribunal de Contas da União (TCU), continuasse a fiscalizar os sindicatos no concernente a aplicação desses recursos.   
Na opinião da procuradora do Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPF-AM), Alzira Costa Melo, publicada no jornal A Crítica, do dia 18 do mês corrente, “o principal culpado pela falência do sindicalismo no país é o Imposto Sindical, fonte de disputas ferozes pela liderança dos sindicatos”. Segundo ela “esse imposto gera acomodação, roubalheira, desvio de conduta e briga para se perpetuar no poder”.
Por trás das recentes disputas que vêm ocorrendo no sindicato dos Rodoviários e no da Construção Civil, a razão não é outra senão a grana alta, que em breve estará sendo repassada pelo governo para as contas desses dois sindicatos. Eis a razão que levou o grupo que foi afastado por decisão judicial do sindicato dos Rodoviários a articular a greve que culminou com paralisação do transporte coletivo em Manaus, tocada de forma ilegal, que causou enormes prejuízos a pessoas e empresas.
Esqueceu a ilustre procuradora de dizer que a decadência do sindicalismo no Brasil tem início com o surgimento da República sindicalista, implantada pelo Lula no seu primeiro governo como presidente. A impressão que se tem, em razão da acomodação dos sindicatos, amaciados por tantas benesses, é que hoje os trabalhadores não têm mais nenhum tipo de problema neste País. Todos já foram resolvidos, fato que até me faz lembrar o clássico do cinema político italiano, ‘A Classe Operária vai ao Paraíso’, dirigido por Elio Petri e interpretado pelo genial Gian Maria Volontè.  Será que estou enganado?  
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM

A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO
Um clássico do cinema italiano, rodado em 1971, numa cidade industrial do norte da Itália, “A Classe Operária vai ao Paraíso”, conta a história de um operário metalúrgico italiano chamado Lulu, (não confundir com Lula) interpretado por Gian Maria Volontè. Lulu é um operário padrão muito bem visto pelos superiores e invejado pelos colegas de trabalho. O filme fala de trabalho, intrigas e política. O operário acaba perdendo um dedo (não confundir com Lula) em um acidente de trabalho e é envolvido em um movimento de protesto. Ele fica dividido entre as tentações da sociedade de consumo e o movimento sindical, (não confundir com Lula) numa radiografia do impasse ideológico de muitos trabalhadores.