quarta-feira, 8 de junho de 2016

REORDENAMENTO DA SAÚDE: ARTHUR NÃO ENGOLIU DE BOM GOSTO O PRESENTE DE GREGO QUE O MELO LHE EMPURROU GOELA ABAIXO



Cortes profundos na área da saúde, a serem feitos por Melo, vai explodir no colo do próprio Arthur, com efeito de uma bomba com poder terrivelmente destrutivo.
Por: Vereador Mário Frota*
Logo - e esse fato é irreversível - as UBS do Município vão estar lotadas com pacientes antes atendidas pelos SPA, CAICS e CAIMIS. De forma inesperada, o Melo empurrou uma responsabilidade que é dele para o colo do Arthur, como naquela história do toma que o filho é teu... Para o Arthur que, daqui a uns meses estará enfrentando uma eleição, não vai ser nada fácil peitar mais esse desafio, já, para o Melo, em início de governo, nenhum problema. Para ele o Arthur que se dane, que se lixe, que faça milagres para sair de tal enrascada.
Todos, entendemos a gravidade da crise econômica por que passa o País. Estados de economia agrária, a exemplo do Mato Grosso, grande produtor de soja, entre os maiores exportadores desse produto para o exterior, a crise é menos sentida.  O mesmo ocorre com as unidades da federação exportadora de outros produtos do agronegócio, a exemplo do café e carne, ambos com grande aceitação no mercado externo.
Aqui a conversa é outra, haja vista que os produtos industrializados no Polo industrial de Manaus (PIM) são em maior escala consumidos pelas populações das regiões Sul e Sudeste do País. Fato é que a crise nessas e em outras regiões traz consequências avassaladoras ao Parque Industrial da Suframa.  
Ora, quem são os principais compradores de motocicletas, geladeiras, ares-condicionados, televisores, computadores, entre tantos outros produtos aqui industrializados, senão as populações dessas duas regiões e também das demais do País.  A Zona Franca só vai levantar a cabeça quando a crise econômica for debelada.  O problema é quando isso vai acontecer. Será que daqui a um, dois, três anos, ou mais? Nenhum economista deste País aposta que a crise instalada pelos ptralhas, nesses 13 de desgoverno e corrupção, possa acaba no curto prazo. Alguns falam em médio prazo, enquanto outros apostam no longo prazo.
A administração José Melo, atingida de cheio pela queda de arrecadação, mergulha de cabeça na crise e adota medidas desesperadas, a exemplo do recente corte na área de saúde, em minha opinião um equívoco, mais do que isso, um erro gravíssimo que, inexoravelmente, o colocará entre os governadores mais impopulares do País. Fato que jamais vou entender é a razão porque o governador Melo não ouviu, antes de tomar atitude tão radical e impopular, o prefeito de Manaus e o secretário de saúde do município.
Em temos de população Manaus é uma cidade-estado, atualmente com quase 60 por cento da população do Amazonas. Segundo se sabe, Manaus produz mais de 95% de todas as riquezas produzidas no Estado. É um caso único em todo o território nacional. Ora, por que então o governador José Melo não deu ouvidos ao prefeito Arthur Virgílio Neto antes de anunciar as medidas que adotou, promovendo cortes profundos na área da saúde, em torno de R$ 316 milhões o que, muito em breve, de forma negativa, vai explodir no colo do próprio Arthur, com efeito de uma bomba com poder terrivelmente destrutivo.
Logo - e esse fato é irreversível - as UBS do Município vão estar lotadas com pacientes antes atendidas pelos SPA, CAICS e CAIMIS. De forma inesperada, o Melo empurrou uma responsabilidade que é dele para o colo do Arthur, como naquela história do toma que o filho é teu. Pelas declarações do prefeito pela imprensa, dá para se perceber que ele não engoliu de bom gosto o presente de grego que o Melo lhe empurrou goela abaixo.
Para o Arthur que, daqui a uns meses estará enfrentando uma eleição, não vai ser nada fácil peitar mais esse desafio, já, para o Melo, em início de governo, nenhum problema. Para ele o Arthur que se dane, que se lixe, que faça milagres para sair de tal enrascada.

*Advogado;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.