Cortes profundos na área da saúde, a serem feitos por
Melo, vai explodir no colo do próprio Arthur, com efeito de uma bomba com poder
terrivelmente destrutivo.
Por:
Vereador Mário Frota*
Logo
- e esse fato é irreversível - as UBS do Município vão estar lotadas com
pacientes antes atendidas pelos SPA, CAICS e CAIMIS. De forma inesperada, o
Melo empurrou uma responsabilidade que é dele para o colo do Arthur, como
naquela história do toma que o filho é teu... Para o Arthur que, daqui a uns
meses estará enfrentando uma eleição, não vai ser nada fácil peitar mais esse
desafio, já, para o Melo, em início de governo, nenhum problema. Para ele o
Arthur que se dane, que se lixe, que faça milagres para sair de tal enrascada.
Todos, entendemos a gravidade da crise
econômica por que passa o País. Estados de economia agrária, a exemplo do Mato
Grosso, grande produtor de soja, entre os maiores exportadores desse produto
para o exterior, a crise é menos sentida. O mesmo ocorre com as unidades da federação
exportadora de outros produtos do agronegócio, a exemplo do café e carne, ambos
com grande aceitação no mercado externo.
Aqui a conversa é outra, haja vista que os
produtos industrializados no Polo industrial de Manaus (PIM) são em maior
escala consumidos pelas populações das regiões Sul e Sudeste do País. Fato é
que a crise nessas e em outras regiões traz consequências avassaladoras ao
Parque Industrial da Suframa.
Ora,
quem são os principais compradores de motocicletas,
geladeiras, ares-condicionados, televisores, computadores, entre tantos outros
produtos aqui industrializados, senão as populações dessas duas regiões e
também das demais do País. A Zona Franca
só vai levantar a cabeça quando a crise econômica for debelada. O problema é quando isso vai acontecer. Será
que daqui a um, dois, três anos, ou mais? Nenhum economista deste País aposta
que a crise instalada pelos ptralhas, nesses 13 de desgoverno e corrupção,
possa acaba no curto prazo. Alguns falam em médio prazo, enquanto outros
apostam no longo prazo.
A administração José Melo, atingida de
cheio pela queda de arrecadação, mergulha de cabeça na crise e adota medidas
desesperadas, a exemplo do recente corte na área de saúde, em minha opinião um
equívoco, mais do que isso, um erro gravíssimo que, inexoravelmente, o colocará
entre os governadores mais impopulares do País. Fato que jamais vou entender é
a razão porque o governador Melo não ouviu, antes de tomar atitude tão radical
e impopular, o prefeito de Manaus e o secretário de saúde do município.
Em temos de população Manaus é uma
cidade-estado, atualmente com quase 60 por cento da população do Amazonas. Segundo
se sabe, Manaus produz mais de 95% de todas as riquezas produzidas no Estado. É
um caso único em todo o território nacional. Ora, por que então o governador
José Melo não deu ouvidos ao prefeito Arthur Virgílio Neto antes de anunciar as
medidas que adotou, promovendo cortes profundos na área da saúde, em torno de
R$ 316 milhões o que, muito em breve, de forma negativa, vai explodir no colo
do próprio Arthur, com efeito de uma bomba com poder terrivelmente destrutivo.
Logo - e esse fato é irreversível - as UBS
do Município vão estar lotadas com pacientes antes atendidas pelos SPA, CAICS e
CAIMIS. De forma inesperada, o Melo empurrou uma responsabilidade que é dele
para o colo do Arthur, como naquela história do toma que o filho é teu. Pelas
declarações do prefeito pela imprensa, dá para se perceber que ele não engoliu
de bom gosto o presente de grego que o Melo lhe empurrou goela abaixo.
Para o Arthur que, daqui a uns meses estará
enfrentando uma eleição, não vai ser nada fácil peitar mais esse desafio, já,
para o Melo, em início de governo, nenhum problema. Para ele o Arthur que se
dane, que se lixe, que faça milagres para sair de tal enrascada.
*Advogado;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.