A escolha da Capela
da Santa Casa de Misericórdia para encenação da obra prima de Nelson Rodrigues
vem em boa hora, e espero que sirva de inspiração aos governantes desta terra.
Fiquei feliz ao ler, num jornal local, que
o dirigente da Companhia de Idéias, dirigida por João Fernandes, escolheu a
Capela da Santa Casa de Misericórdia de Manaus para encenar o clássico “Vestido
de Noiva” de Nelson Rodrigues. Trata-se de uma homenagem justa, parte das
comemorações ao centenário de nascimento do grande dramaturgo pernambucano,
considerado o fundador do teatro moderno brasileiro, exatamente com a peça “Vestido
de Noiva”.
A minha satisfação com a escolha da Capela
da Santa Casa de Misericórdia para encenação da obra prima de Nelson Rodrigues
vem em boa hora, e espero que sirva de inspiração aos governantes desta terra
da necessidade da reabertura deste grande hospital, infelizmente com as suas
portas fechadas há sete anos. A Santa Casa de Misericórdia de Manaus é a única
fechada em todo o País. Convenhamos, é uma vergonha.
Vejo nessa atitude de João Fernandes, não
sei se consciente ou inconsciente, uma forma de lembrar às nossas autoridades
de que a nossa Santa Casa deve ser salva, não apenas por ser o hospital onde tantos
amazonenses - independentes da condição econômica de cada um - lá encontraram o
tratamento para as suas enfermidades, mas, também, pela importância histórica e
arquitetônica do prédio, 30 anos mais antigo do que o Teatro Amazonas e o
Palácio da Justiça.
Por duas razões vou assistir à peça do
mestre Nelson Rodrigues: primeiro, porque sou fã incondicional da sua obra, admiração
consolidada principalmente depois que li “O Anjo Pornográfico”, de Rui Castro;
segundo, porque, com tal atitude, João Fernandes estará concorrendo no sentido de sensibilizar as autoridades do
Estado a investir e salvar a nossa Santa Casa de Misericórdia, que pede
misericórdia.
Por:
vereador Mário Frota
Líder
do PSDB na CMM
Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM