ÀS VEZES NÃO ME ORGULHO DE SER BRASILEIRO. Como cidadão, político e, acima de tudo alguém que combateu a ditadura, confesso que, às vezes, não sinto orgulho de ser brasileiro. Desta vez foi pela razão do Supremo Tribunal Federal, a mais importante corte de justiças do País, ter se posicionado a favor da manutenção da Lei da Anistia, ou seja, impedindo, dessa forma, uma investigação para apurar envolvimento de militares e civis em crimes de tortura e assassinatos praticados contra dissidentes do regime militar, no decorrer dos 21 anos que permaneceram no poder.
A atitude do STF não engrandece o Brasil, nem aqui dentro, nem lá fora. Os comentários das autoridades da ONU, ligados aos direitos humanos, foram duros em reprovação à atitude do STF que, num momento infeliz da sua história, faz com que o Brasil saia na contramão dos países sul americanos, a exemplo de nações que tiveram a coragem de olhar o seu passado. A Argentina já julgou e prendeu alguns dos militares e civis criminosos envolvidosna morte de mais de 35 mil pessoas.
O que não entendo é por que os ministros do STF resolveram proteger tais criminosos. Não deveria ser o contrário, levando-se em conta a alta responsabilidade desse Tribunal em fazer valer a Justiça, não importando se é rico, pobre, militar ou civil? Atitudes como essas não enaltecem o nosso Supremo.
NO BRASIL A CLASSE OPERÁRIA JÁ CHEGOU AO PARAÍSO. PELO MENOS É QUE O PENSA O PRESIDENTE LULA E OS CHEFÕES DAS CENTRAIS SINDICAIS. No Brasil o 1º de maio, ao contrário do resto de mundo, foi comemorado com festa, churrasco e muita cerveja. Deixou de ser um dia de reflexão para a classe trabalhadora. Questões como redução da jornada de trabalho, melhoria salarial e outros direitos a serem conquistados, deixaram de existir. Agora é só festa, cantores e bandas agitando os palcos.
Ano passado, por ocasião do 1º de maio, assisti, pela televisão, manifestações no mundo inteiro sobre as graves questões que envolvem a classe trabalhadora, enquanto, aqui, a turma bebia e comia tripa à forra e mandava às favas quem ousasse falar em reivindicação.
Ao contrário do que ocorreu mundo a fora, aqui a mesma televisão apresentava um quadro diferente. Em São Bernardo do Campo, o centro histórico das cobranças operárias, principalmente na fase da ditadura, época em que um metalúrgico chamado Lula dirigia o sindicato dos metalúrgicos daquele município, em vez de protestos reivindicatórios, o que se viu foi muita carne para churrasco, quartos inteiros de boi em exposição, tonéis de cerveja consumidos, enfim, palco de grande comilança e bebedeira e nenhum protesto, nenhuma reivindicação.
No país inteiro a mesma coisa: churrasco, shows e bebedeiras, quase tudo financiado pelos cofres públicos. A impressão que se tem é que no Brasil de hoje o trabalhador vive no paraíso. Ora, se vive no céu para quê protesto? Lembrei-me do clássico de cinema italiano, da década de 70, intitulado “A Classe Operária vai ao Paraíso”, dirigido por Elio Petri e interpretado por Gian Maria Volonté. Um filme inesquecível não só pela temática, explosiva, mas também, pela extraordinária interpretação de Volonté.
Aqui, pelo que se sabe, o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, foi o único operário que chegou ao paraíso. Ou tem mais gente por lá? Se existe são os dirigentes das poderosas centrais sindicais que hoje recebem dinheiro do trabalhador que é obrigado a recolher, todo ano, um dia de trabalho para os cofres das centrais. O companheiro Lula, ano passado, fez o Congresso Nacional aprovar uma lei que exime essas benditas centrais sindicais a prestar contas dos recursos recebidos. Até o Tribunal de Contas da União está impedido de investigar tais gastos. É o paraíso, mas para os chefões das centrais, não para a sofrida classe trabalhadora, hoje miseravelmente manipulada pelos pelegos que controlam os sindicatos.
Na nossa Manaus, que ostenta um dos maiores parques industriais da América do Sul, não foi diferente este ano. A festa foi no Sambódromo. O que não foi pago pelos cofres do município e do Estado foi “doado” pelos patrões do Distrito. A marca da zorra. Bandas, cantores, bois-bumbás, e o diabo a quatro. Nenhuma reflexão, nenhum protesto, nenhuma reivindicação. Parecia até que a vida dos nossos trabalhadores é um mar de rosas. Pelo menos é o que os organizadores desses milionários eventos deixam transparecer.
Parabéns Nobre Vereador. Tenho certeza que o Sr. vai conseguir chamar a atenção dos responsáveis pela construção do Parque Encontro das Águas, esse empreendimento já era para estar pronto há muitos anos. Nós, comunitários da Colônia Antônio Aleixo, frequentamos contínuamente aquele belíssimo lugar, e estamos indignados com o descaso da Prefeitura, do EMPLURB, para com o lugar mais bonito do entorno de Manaus. Aquela área está sendo depredada por saqueadores que estão retirando toda a limalha de ferro que reveste o paredão do barranco, a escada de ferro já foi roubada, estão começando a roubar as grades de proteção do pátio. Todas as vezes que vamos ao local percebemos novas depredações. Sr. Vereador faça com que a Prefeitura cumpra com suas obrigações e construa o tão sonhado Parque Encontro das Águas. Estamos com o Sr. para o que for preciso para solucionar essa questão. muito Obrigada.
Postado por Marisa Lima no blog MÁRIO FROTA EM AÇÃO em 5/5/10
José MÁRIO FROTA Moreira é um dos vereadores mais atuantes da Câmara Municipal de Manaus. Tanto que tem três mandados (2013/2016; 2009/2012 e 1988/2001).
É formado em Direito, pela Universidade Federal do Amazonas. Autor de livros como “Presença do Amazonas no Congresso Nacional” (1975); “Em Defesa do Povo” (1978); “Em Defesa da Liberdade” (1981) e “Resistência” (1984).
Mario Frota, em 2004, foi eleito vice-prefeito de Manaus (2005/2008) e foi deputado estadual por dois mandatos seguidos (1999/2002 e 2003/2004). Entre os anos de 1974 e 1982 foi também deputado federal pelo Amazonas.