Amazonino e a turma da boquinha. Foto: d24am.com
Fui testemunha ontem de um dos espetáculos mais vergonhosos e debochados que presenciei ao longo de quase 30 anos de mandato político. Refiro-me a tal de reunião do PDT, no Da Vinci Hotel, armada por um lambaio do manda-chuva do partido, Carlos Lupi, para receber oficialmente o Amazonino. Vendo tal coisa, lembrei-me de uma frase vez por outra usada por Leonel Brizola, que cai como uma luva sobre essa falta de pudor público: “ISSO É CASAMENTO REALIZADO ATRÁS DA IGREJA, TCHÊ”.
Instado por companheiros do partido que estavam revoltados com o que acontecia, fui até a porta do Da Vinci, mas recusei-me a entrar, alegando que sentia nojo, verdadeiro asco, vontade de vomitar frente à cloaca em que haviam transformado o meu partido. Do PDT mesmo quase ninguém, com exceção de alguns companheiros que, financiados – e todos sabemos por quem - vieram do interior com passagens, hotel e traslado pagos.
No entanto, o que mais surpreendeu a mim e a todos que passaram pelo Da Vinci, foi ver que a maioria que lá estava para beijar a mão “angelicalmente inocente” do Amazonino era do PT, sendo parte deles ligados à CUT e outra constituída pelo pessoal do Praciano. A verdade é que a companheirada petista estava lá, entusiasmadíssima, eufórica, mais feliz do que pinto no lixo. “É a turma da boquinha”, expressão usada por Antônio Garotinho, na época em que era o governador do Rio de Janeiro.
Em tom de ironia disse para alguns colegas que lá foram para protestar: “o encontro dessa turma do PT ao esquema do Amazonino é a união da fome com a vontade de comer”. E prossegui: “o Amazonino não fez nada até agora por Manaus, a não ser por ele mesmo e pela turma da pesada que o cerca, mas, com a chegada em massa da turma do PT, do Stones Machado e do Dermílson, agora a coisa vai, não sei para onde, para o bem do povo sei que não é, mas que vai, vai”.
O que me deixou mais surpreso foi ver a turma do Praciano, logo do camarada Praciano, que fala tanto em combater os ladrões do erário, e que até fundou por aqui um foro de combate à corrupção, metido nessa lama. Ora, como fica o Praci, como carinhosamente o chamamos, frente à essa história cabeluda? Até a velha Kombi do Praciano me garantiram que estava no apoio logístico em frente ao Hotel. O mais grave, é que o seu velho escudeiro de muitas campanhas, Stones Machado, vive espalhando por aí que a chapa ideal é o Amazonino na cabeça e o Praciano na vice. É Brincadeira. Desperta, Praciano! Cuidado com as tuas amizades. É a velha história: ‘diz-me com quem andas e direi que és’.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM