Texto:
Vereador Mário Frota*
Depois
de assistir ao filme fiquei a imaginar se neste nosso Brasil já tivemos um
político à altura de um Abraham Lincoln. Acredito que não. A história brasileira é pobre de grandes
nomes.
Entre os políticos que exerceram função de
mando neste Planeta, sempre olhei com grande reverência e admiração a figura de
Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos da América do Norte.
Lincoln, o filme de Steven Spielberg, com
Daniel Day-Lewis, interpretando o grande presidente americano, merecedor de 12
indicações ao Oscar, vale a pena ser visto, pois que traz às telas cinematográficas,
sem exageros, a história de um político extraordinário, alguém predestinado por
Deus para guiar o seu povo num dos piores momentos da sua história.
O filme mostra a democracia americana
mergulhada num conflito terrível, que ficou conhecido por Guerra de Secessão, movimento
armado entre os Estados do Norte e do Sul, que culminou com a morte de mais de
500 mil pessoas. De um lado um Sul escravocrata e, do outro, um Norte que não
aceitava a escravidão. Por essa razão, o País se dividiu e mergulhou numa
guerra civil das mais sangrentas da história.
O filme foca um Abraham Lincoln que não
abria mão dos seus ideais para libertar quatro milhões de negros das trevas da
escravidão, mas ao mesmo tempo um homem firme na condição de comandante em
chefe da força militar do Norte, sem, em tempo algum, perder o senso de justiça
e a ternura do coração.
Não era desejo de Lincoln tão somente vencer
a guerra, como de fato aconteceu, mas fundamentalmente destruir de vez o cancro
da escravidão, o que ocorreu quando - usando de todas as suas forças, até mesmo
dando empregos a certos Congressistas que lhe faziam oposição - aprovou a 13º
Emenda à Constituição dos Estados Unidos, erradicando, dessa forma, a servidão
humana no País de George Washington.
Dias depois da vitória do Norte sobre o
Sul, um fanático sulista, nas dependências de um teatro, assassinou Lincoln. A
tragédia retira o grande homem desta vida e o arremete para a história, onde o
seu nome brilhará, como exemplo de homem público íntegro e ético, até o fim dos
tempos.
Ao final do filme, ouve-se de um determinado
personagem: “o homem de alma mais pura da América foi obrigado a corromper
membros do Congresso dos Estados Unidos para aprovar a Emenda nº 13, lei que
retirou da escravidão milhões de seres humanos”. Com os meus botões dialoguei: ‘eis
aí uma das poucas vezes em que os fins justificaram os meios’.
Depois de assistir ao filme fiquei a imaginar
se neste nosso Brasil já tivemos um político à altura de um Abraham Lincoln.
Acredito que não. A história brasileira ainda
é pobre de grandes nomes. Quando, aqui, teremos estadistas à altura de figuras
como Washington, Lincoln, Franklin Roosevelt, Winston Churchill e Bolívar? Um
dia chegaremos lá. Esperanças não me
faltam.
*Advogado;
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM;