Esses funcionários, que dão um duro danado, procuram disciplinar um trânsito caótico, a cada dia pior, frente ao número de veículos que chegam mensalmente às ruas de Manaus. As estatísticas apontam que mais de três mil veículos, entre motocicletas, automóveis, camionetas, ônibus e caminhões são emplacados todos os meses. Ou seja, no decorrer do ano, chegam às nossas ruas 36 mil novos veículos.
Em verdade, o salário em torno de R$ 1.659 a R$ 2.731, para o sacrifício que enfrentam os azulzinhos, ainda é pouco, pois muitos enfrentam risco de vida ao lidar com pessoas de pouca educação no trânsito, irracionais, ao ponto de, quando chamados a atenção, partem para a violência. Quando vice-prefeito de Manaus, tomei conhecimento de casos em que pessoas descontroladas desceram do carro e agrediram um azulzinho com palavras de baixo calão e, em alguns casos, até tentando esbofeteá-lo.
Os valentões agem assim com um funcionário que não usa arma, mas duvido que fosse a mesma coisa, caso tratar-se de um policial militar armado, como antigamente.
O drama do azulzinho é tentar resolver um problema que, tudo indica, tem a ver com a matemática. A questão é que as ruas de Manaus, em número, são as mesmas de 10 ou 15 anos atrás. No concernente às grandes avenidas, ou seja, os grandes corredores de trânsito, no sentido centro/bairro/centro, o último construído foi a Djalma Batista, há quase 30 anos.
Ora, como fazer para acomodar tantos carros? Os carros aumentam mensalmente, aos milhares, enquanto as ruas da cidade permanecem as mesmas. Como resolver tal equação? Do jeito que vai, não tem engenharia de trânsito que resolva. Ou se constrói mais ruas e corredores para o trânsito, ou a tendência é piorar as coisas. Qual então a saída? O monotrilho? O sistema de ônibus, tomando, por exemplo, o modelo de Curitiba, aqui implantado, mas, por incompetência, terminou falido? O metrô se superfície? O metrô de subsolo? Afinal, qual o melhor sistema para transportes de massa para Manaus?
Frente à confusão no trânsito que aumenta dia a dia, ainda acho pouco o salário que a prefeitura paga aos azulzinhos, esses vocacionados e abnegados companheiros e companheiras que diariamente são obrigados a matar não apenas um leão, mas vários. Entendo que, mesmo multiplicado por dois, o salário que eles recebem ainda não compensa pelo o que eles passam.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM