terça-feira, 15 de março de 2011

AMAZONINO FAZ PERALTICE E DEPUTADOS AGEM COMO FREIRAS


PARLAMENTO NÃO COMBINA COM A PAZ DOS CEMITÉRIOS, PORQUE PARLAMENTO É VIDA, É DISCUSSÃO CONSTANTE, É A BUSCA DA VERDADE PELO CONTRADITÓRIO. O QUE NÃO ENTENDO É PORQUE ALGUNS DEPUTADOS DA ASSEMBLÉIA QUASE DESMAIAM, FICAM PÁLIDOS, QUANDO, POR EXEMPLO, O DEPUTADO MARCELO RAMOS DIZ QUE HÁ MOLECAGEM E MALANDRAGEM NA ADMINISTRAÇÃO AMAZONINO MENDES. Costumo dizer que o silêncio dos cemitérios não combina com os parlamentos. Acostumado ao debate duro da época em que poucos homens perfilavam-se do lado da oposição, no combate à ditadura militar, firmei minha forma de agir da tribuna, na base do doa a quem doer.

Na democracia não tem sido muito diferente. Vez ou outra o pau quebra e sai faísca para todo lado. O meu lema: quem não quiser ser chamado de corrupto, malandro, moleque, pilantra, que então ande na linha e não dê margem para tal. Duro sou contra os corruptos e todas as formas de corrupção, mas, até o presente momento, ou seja, em trinta anos de mandato político, nunca ofendi um homem de bem da tribuna. Essa tem sido a minha religião.

No entanto, leio nos jornais, que alguns deputados da nossa Assembléia Legislativa estão horrorizados e ficam trêmulos quando sentem os seus pudicos ouvidos atingidos pelo deputado Marcelo Ramos, quando ele afirma haver molecagem e malandragem na administração do Amazonino. Tudo indica que, qualquer dia desses, pode haver desmaios de indignação. Sugiro que Marcelo Ramos não seja tão rude com os ouvidos delicados dos seus colegas. Vá devagar, deputado, que isso aí está mais para convento de carmelitas descalças do que propriamente para um parlamento, que é a casa da discussão, nome dado pelos gregos antigos aos locais onde se discutia as questões do interesse público.

Pessoalmente, eu o aconselho ao uso de eufemismos, figura de linguagem que abranda certas expressões como, por exemplo, não chamar uma mulher de idade de ‘velha’, mas ‘senhora’. Quando lhe der na telha afirmar que há ‘malandragem’ na administração do Amazonino, não use de expressão tão dura, diga, pois, administração ‘pouco afeita à seriedade’. Quando tiver que usar da palavra ‘molecagem’, seja mais delicado com as ouças dos seus ilustres colegas, e diga: “me perdoem, pois isso me parece ‘peraltice’ de menino”.

Quanto a chamar a administração do Amazonino de corrupta, mesmo podendo provar que R$ 87 milhões foram entregues a uma tal Emparsanco, e que o dinheiro desceu pelo ralo da corrupção, não seja ofensivo com os seus colegas. Seja gentil. Não irrite as boas freirinhas. E lembre-se: em substituição a palavra ‘corrupção’, vossa excelência pode usar ‘malversação do dinheiro público’. Não ofenda o Amazonino, pois trata-se de uma autoridade e, como autoridade, por pior que ela seja, deve ser bem tratada. Faça mesuras, rapapés, trate o Amazonino por senhor, só não o chame de rainha da Inglaterra e de papa porque aí pode parecer afetação, o que não vai ficar bem à sua pessoa.

Por: vereador Mário Frota

Líder do PDT na CMM

Presidente da Comissão de Constituição, Redação e Justiça da CMM