QUEM DIRIA, O SERAFIM DÁ A MÃO À PALMATÓRIA E, AGORA, TUDO LEVA A CRER QUE O SEU DESEJO É VIRAR CABO ELEITORAL DO AMAZONINO. Li matéria no jornal Diário do Amazonas em que o Serafim Correia tacha os irmãos Josildo e Givancir de Oliveira Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus e Secretário Geral da CUT, respectivamente, de chantagistas e pelegos. Pelego é, na linguagem sindical, o dirigente de sindicato que usa os seus liderados como massa de manobra para obter vantagens em causa própria.
Pessoalmente não entendi aonde o Serafim quer chegar defendendo o que ele chama de “instituição Prefeito”. Sei lá, a impressão que tive é que o Serafim partiu em defesa da administração do Amazonino no que diz respeito a realização da nova licitação para ônibus, anunciada em prosa e verso pela atual gestão.
Em sendo assim – se é essa mesma a questão – o Serafim está dando a mão à palmatória e passa a assumir a licitação ora em curso. Em outras palavras: finalmente, só agora, ele reconhece o erro que foi o processo que resultou no consórcio Transmanaus, que terminou por virar de vez a mesa e transformar o transporte coletivo de Manaus no caos que aí está.
É como dizem os antigos: antes tarde do que nunca. Em verdade, humildade não faz mal a ninguém. Pelo menos aparece alguém que tem a coragem de bater no peito o “mea culpa, mea máxima culpa”.
Quanto aos irmãos que o Serafim os classifica como chantagistas e pelegos, na condição de seu vice na época na Prefeitura, não encontro razão que os desabone. Sempre mantive com eles o melhor entendimento, apesar de, em certas situações, ter sido até mais duro e radical na defesa do povo transportado do que o próprio Serafim, a exemplo da exigência que fiz no concernente à substituição do Miamoto na direção da então IMTU.
O que presenciei e passo a relatar, ocorreu numa reunião logo no início da administração. Frente a uma ameaça de greve dos dirigentes dos sindicatos dos trabalhadores do transporte rodoviário, o Serafim convidou os donos das empresas de ônibus e os dirigentes do Sindicato para uma reunião na Prefeitura.
A reunião foi realizada na própria sala do prefeito. De um lado ficaram os proprietários de ônibus e, do outro, os dirigentes do sindicato dos motoristas. Eu e o Serafim, da cabeceira da mesa, passamos a ouvir os dois lados. Os sindicalistas acusavam os donos de ônibus que se recusavam a repassar os aumentos negociados em convenção. Por seu lado os donos de ônibus rebatiam as acusações. E a coisa ia por aí.
No entanto, lá pelas tantas, os donos de ônibus, entre eles o Acyr e o Baltazar, de forma inesperada, encararam os dirigentes do sindicato e, em tom demonstrando certa mágoa, desabafaram: “vocês não têm o que reclamar, pois sempre que nos procuram no Sinetram, nós ajudamos o sindicato”. Daí o Gogó, um dos líderes dos motoristas, confirmou: “é verdade, vocês têm nos ajudado: ainda este mês estivemos no Sinetram e recebemos ajuda de R$ 10.000,00”.
Nesse momento dei uma cutucada no Serafim que, entendeu o relacionamento promíscuo entre os dois grupos presentes, e riu. Ou seja, o que passamos a entender é que a greve era uma armação entre o pessoal do sindicato em cumplicidade com os proprietários de ônibus. Em outras palavras: façam a greve pelo aumento e nós damos, desde, é claro, que o prefeito conceda aumento de tarifa. Percebemos claramente o jogo. No fundo quem penava nessa história, de pouco ou nenhum escrúpulo, eram os motoristas, transformados pelos dois lados em massa de manobra de interesses inconfessos.
Quero aqui, desse espaço, dizer que os irmãos citados pelo Serafim não estavam presentes à reunião. Os diriges nessa fase eram outros, entre os quais o tal Gogó, uma espécie de porta voz do grupo.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM