“Dois assessores do Prefeito de Presidente Figueiredo, Fernando Vieira, considerado inimigo político da família de Fernando Pontes (foto), são dos quadros da Polícia Civil”.
O jornal A Crítica, na sua coluna “Sim e Não”, publica hoje que o Grupo Fera, da Polícia Civil, está basicamente desativado depois do ocorrido em Presidente Figueiredo quando o jovem empresário. Fernando Pontes, o Ferrugem, foi fuzilado dentro da sua própria residência, no seu quarto, em frente da esposa e dos filhos menores.
O lamentável episódio deixa mal a Polícia Civil e o próprio Ministério Público que acompanhou a invasão da casa do empresário metralhado. Algumas perguntas não querem calar: quando o povo vai ter o direito de saber o que motivou a polícia a agir de forma tão violenta? Há por trás desse hediondo crime motivação política, levando-se em conta, conforme se comenta, que dois assessores do Prefeito de Presidente Figueiredo, Fernando Vieira, considerado inimigo político da Família Pontes, são dos quadros da Polícia Civil. Por que os policiais do Grupo Fera, envolvidos no trágico episódio, não participaram da reconstituição do crime, sob a alegação de que ninguém pode produzir provas contra si mesmo? Não está certo o velho adágio popular de que quem não deve não teme? Isso cheira a confissão de culpa.
No início, o representante do Ministério Público afirmou que a pessoa morta pela polícia era um bandido perigoso envolvido em crimes de pedofilia. Por que, de repente, o Ministério Público deixou de chamar o jovem assassinado de bandido? Não encontraram provas de pedofilia nos computadores apreendidos na casa do Ferrugem? Como na frase de Shakespeare: “há algo de podre no reino da Dinamarca”, alias, é o que se pressupõe frente ao silêncio tumular com que é tratado o revoltante crime.
A verdade é que, numa simples busca e apreensão, que poderia ter sido feita a qualquer hora do dia, os policiais do Fera terminaram por mergulhar a instituição num banho de sangue. Que alguém me explique por que os policiais do Fera entraram na casa do Ferrugem de forma espetacular, no mais puro exibicionismo, com os rostos encapuzados como nos filmes? Quanto absurdo. Tudo nas barbas do Ministério Público, o fiscal da lei.
Mais uma pergunta que não quer calar: o Ministério Público, inocentemente, teria feito o jogo dos maus policiais que entraram na casa do Fernando Pontes com propósito de matá-lo? Que mal poderia fazer um homem que estava no quarto de dormir com a sua mulher e seus filhos, frente a um grupo de policiais que lhe apontaram armas de alto calibre? Por que já entraram atirando? Por que mesmo, depois de caído na cama, ainda dispararam vários tiros contra o seu corpo? O nome disso não é execução?
Essas perguntas a Polícia e o Ministério Público estão no dever legal e moral de responder à sociedade. Mas por que a lentidão nas investigações? Com propósito de deixar o caso cair no esquecimento? Quem melhor pode responder a estas perguntas é o Secretário de Segurança do Estado e o dirigente maior do Ministério Público no Amazonas que, pelo por tudo que sei, trata-se de dois homens públicos de bem.
Por: Vereador Mário Frota
Líder do PDT na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM