“Os poucos índios que conseguem emprego trabalham como carregadores braçais, vendedores ambulantes de artesanato e doces regionais, ou como auxiliares de pedreiro na construção civil”
Por ocasião da abertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Manaus (CMM), que vai acontecer nesta segunda-feira (06/02), o vereador Mário Frota, líder do PSDB, vai pedir uma Audiência Pública com a participação dos representantes dos povos indígenas radicados nas periferias dos bairros de Manaus, com a finalidade de buscar soluções práticas para suas necessidades básicas de sobrevivência como, por exemplo, assistência médica, educação, habitação com banheiros individuais para as famílias, luz elétrica, água potável, mercado de trabalho e cursos de qualificação profissional, de acordo com suas línguas, usos e costumes.
Cerca de 30 mil índios vivem em Manaus, oriundas de etinias Tukano, Cocama, Dessana, Cambeba, Tikunas e Sataré-Mawé, que hoje estão vivendo em péssimas condições ambientais. A comunidade Y'Apyrehyt, da etnia Sateré-mawé que está assentada no antigo Parque das Seringueiras é composta por 67 pessoas, entre adultos e crianças que sobrevivem dos rendimentos advindos dos turistas que pagam para ver o Ritual da Tucandeira e da venda de artesanato.
De acordo com João Bosco Botelho, professor de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os primeiros processos migratórios dos Sateré-mawé para Manaus, ocorreram entre 1970 e 1980, sob acentuada liderança feminina. Ao chegarem na região, a inserção no mercado de trabalho foi mais fácil para as mulheres, como empregadas domésticas. Após superarem inúmeros obstáculos e serem expulsos de bairros ocupados por outros emigrantes, vencerem duros preconceitos, ergueram a comunidade Y'Apyrehyt num espaço minguado e entre a população majoritariamente não indígena, situado no antigo Parque das Seringueiras, atualmente conjunto habitacional Santos Dumont, no bairro da Redenção, próximo a um dos muitos igarapés que formam a bacia do rio Tarumã.
A comunidade sateré-mawé Y'Apyrehyt está restrita a um terreno arenoso de 58m2 x 78m2, sem título de propriedade, longe da margem do igarapé e impróprio ao cultivo. É formada por 67 pessoas; seis famílias, sendo 16 homens, 25 mulheres e 26 crianças, que moram em nove pequenas casas de madeira sem luz elétrica regular, água potável corrente ou saneamento. Uma única fossa negra, o banheiro comunitário, atende a todos. A água para todas as necessidades é retirada de duas cacimbas.
De acordo com o vereador Mário Frota, os índios migrantes, de todas as etnias, que moram em Manaus têm dificuldade de inserção no mercado de trabalho. “Os poucos índios que conseguem emprego sofrem com o preconceito e trabalham como carregadores braçais, vendedores ambulantes de artesanato e doces regionais, ou como auxiliares de pedreiro na construção civil”, destaca o parlamentar.
Fonte: Gabinete do Vereador Mário Frota
Assessoria de Comunicação
Por: Roberto Pacheco (MTb 426)