Manipulados pelas Cut da vida
Por:
Vereador Mário Frota*
O
que aconteceu - e isso só não vê quem é cego – é que o PT, ao contrário do rei
Midas da mitologia grega, aquele que transformava em ouro o que tocava,
corrompe e transforma em esterco tudo que vai encontrando pela frente.
1º de Maio, no mundo inteiro, é o dia
consagrado ao trabalhador. Nessa data, os trabalhadores, sob a liderança dos
seus sindicatos promovem manifestações com o objetivo de discutir questões do
interesse da classe como, por exemplo, reduzir a atual jornada de trabalho para
40 horas, melhoria salarial, reivindicar segurança no trabalho, entre outras
reivindicações justas.
Em todas as cidades do mundo, a exemplo de
Paris, Roma e Nova Iorque, os trabalhadores se reúnem em praças ou no âmbito do
seu sindicato para discutir a forma de luta a ser enfrentada pela melhoria da
classe. No Brasil era assim até coisa de 12 anos, quando o PT chegou ao poder com
a eleição de Lula para presidente da República. Daí em diante as coisas mudaram
de feição e tomaram rumo absolutamente diferente do que acontecia antes em
nosso País.
Aqui, tais reuniões reivindicatórias
deixaram de existir. O sindicalismo, tão presente no passado na luta dos
trabalhadores terminou, via federações sindicais, sustentadas nababescamente
por força de generosos repasses dos milhões pagos pela massa trabalhadora, em
razão da contribuição que obriga todo trabalhador a recolher na conta das
federações e sindicatos, o equivalente a um dia de trabalho por ano. Graças a
isso, a classe trabalhadora perdeu a sua independência e passou a ser
controlada, até parecendo uma massa de zumbis, sem nada a ver com o exército de
operários que no passado, mesmo no período da ditadura militar, se fazia ouvir
e respeitar.
São Bernardo do Campo, em São Paulo, cidade
onde surgiu o movimento metalúrgico melhor organizado no País, fato ocorrido na
época dos governantes militares, deixou para trás a tradição de transformar o
1º de Maio em dia de reflexão e de muitas reuniões e
discursos reivindicatórios, para mergulhar em festas bilionárias promovidas
pelas respectivas federações sindicais, ao som de muitas bandas, com a
distribuição de centenas de quilos de churrasco e cervejada à vontade até onde
a barriga aguentar.
Tal fato me lembra do famoso filme “A
Classe Operária vai ao Paraíso”, um inesquecível clássico do cinema italiano,
produzido na década de 70. Ora, vendo tudo isso, me vem à cabeça uma pergunta
que não quer calar: será que os sindicatos operários deixaram de se reunir
nesta grande data - própria para uma reflexão e tomada de atitude na defesa dos
trabalhadores - porque, aqui, a exemplo do filme ora citado, a classe operária
chegou ao paraíso?
O que aconteceu - e isso só não vê quem é
cego – é que o PT, ao contrário do rei Midas da mitologia grega, aquele que
transformava em ouro o que tocava, corrompe e transforma em esterco tudo que
vai encontrando pela frente. Em relação à classe operária é uma pena, pois que
tão brava e aguerrida no passado, hoje, sobre o comando do governo lulapetista
está cabisbaixa, humilhada, pois que foi transformada em massa por pelegos
manipulados pelas Cut da vida. Que pena!
Que retrocesso! Os milhões de trabalhadores do Brasil não merecem isso.
*Advogado.
*Líder
do PSDB na CMM;
*Presidente
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.