O momento mais importante nas democracias, exercido pelos cidadãos e cidadãs, ocorre na hora do voto. É preciso que as pessoas entendam que o voto é uma procuração que o eleitor passa ao seu candidato por irrevogáveis quatro anos. A título de exemplo: em situação normal, podemos revogar qualquer procuração, basta ir ao cartório, e pronto. Mas quando se trata do voto, preste ou não o candidato, somos obrigados a esperar intermináveis quatro anos, ou seja, uma eternidade para fazer a substituição do político que elegemos de forma errada.
Daí a responsabilidade de votar corretamente. Votar bem é votar pelo futuro dos nossos filhos, para que, lá na frente, eles tenham um Brasil mais justo, onde todos tenham direito ao emprego, à educação de qualidade, saúde à altura das necessidades da população, segurança pública, saneamento e moradia para os que precisam de um teto. Votar bem é votar com consciência, examinando minuciosamente a vida do candidato, procurando conhecer a sua história, para saber se ele é pessoa honesta, à altura das altas responsabilidades de que será investido pelo voto.
Nessa hora, o povo precisa correr dos espertalhões como o diabo foge da cruz. Essas figuras têm em mente se eleger com um único propósito: enriquecer às custas dos cofres públicos. A lei da ficha limpa não foi o suficiente para conter esses assaltantes dos impostos do povo. Muito deles estão aí prontos para dar o bote e abater a vítima. Ainda por cima, essa lei é imperfeita porque ficou restrita apenas a pessoas com mandatos eletivos. Ora, porque ela não se entendeu a outras funções, igualmente importantes, mas que não são obtidas pelo voto?
Não dá mesmo para entender. A lei da ficha limpa exige que a vida de um político que deseja concorrer a uma eleição seja limpa, mas, infelizmente, fecha os olhos para secretários municipais, secretários estaduais, ministros, diretores de empresas públicas, de autarquias, etc. Será que os legisladores esqueceram que muitas dessas funções, pelos recursos que dispõem, são bem mais importantes do que muitos cargos eletivos? E porque a lei deixou de fora esse pessoal que, como sabemos têm poder para manipular orçamentos bilionários? É preciso que os congressistas voltem agora os seus olhos para os detentores dessas funções e estabeleçam regras idênticas as que foram criadas para conter a escalada dos picaretas em cargos eletivos que infestam a política nacional. É minha opinião.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM