sábado, 19 de junho de 2010

A ZONA FRANCA DE MANAUS É MAIS DOS PAULISTAS

A ZONA FRANCA DE MANAUS É DOS AMAZONENSES OU DOS PAULISTAS? POR QUE PRODUTOS AQUI INDUSTRIALIZADOS SÃO MAIS CAROS DO QUE OS COMERCIALIZADOS EM OUTROS ESTADOS? Em viagem recente aos Estados Unidos percebi o absurdo que é a diferença de preços de aparelhos eletrônicos nas lojas de Miami e o que é produzido aqui e vendido nas lojas da nossa Zona Franca.

Lá uma televisão LCD, de 36 polegadas, pode ser comprada por 260 dólares, ou R$ 460,00, enquanto aqui, a mais barata custa entre R$ 1.800 a R$ 2.200.

E por que toda essa disparidade de preços? Aqui não é uma Zona Franca, área de incentivos fiscais para a indústria, desde a importação de insumos até a fase industrial? Um blueray - o equipamento que veio substituir o DVD - custa em Miami 110 dólares, ou R$ 198,00, enquanto aqui o mesmo aparelho produzido nas fábricas do Distrito Industrial está sendo vendido acima de R$ 600,00.

Algo de estranho está ocorrendo. Será que a Zona Franca é mesmo dos amazonenses? Duvido muito. Em qualquer loja de produtos eletrônicos no sul do País, é comum encontrarmos televisão, computadores e outros bens aqui fabricados, por preços inferiores ao que é oferecido no comércio local.

E por que isso acontece? Essa é uma boa pergunta para os estudiosos da Zona Franca de Manaus. O que se sabe é que os produtos aqui fabricados primeiramente são internados em São Paulo e depois retornam para serem aqui comercializados. Eis então a razão porque muita gente diz acertadamente que a Zona Franca de Manaus é mais dos paulistas do que dos amazonenses.

Caso aqui os produtos fabricados na Zona Franca tivessem preços mais reduzidos, com certeza muita gente que sai para fazer compras no Panamá ou nos Estados Unidos optaria por comprar no comércio da nossa Manaus. Por que ir tão longe para fazer compras? Não seria mais negócio ficar por aqui mesmo e fazer suas compras em real, como já aconteceu no passado?

O setor de comércio tão forte no passado atraia milhares de turistas que aqui deixavam no comércio quantias astronômicas, sem falar nos milhares de amazonenses empregados nas lojas de produtos importados. Manaus fervilhava; os hotéis viviam lotados; o dinheiro fluía e enriquecia a cidade.

Esse momento não existe mais. O comércio foi sufocado pelo setor industrial. As lojas importados do centro de Manaus desaparecem. Nada sobrou daqueles tempos em que parte do povo brasileiro desembarcava no Aeroporto Eduardo Gomes para comprar nas lojas da cidade.

A verdade é que se o comércio da Zona Franca fosse beneficiado por preços mais reduzidos dos produtos aqui fabricados, com certeza que os brasileiros de outros estados aqui aportariam para comprar produtos mais em conta. A economia local seria fortemente revitalizada, com geração de emprego e renda. E por que isso não acontece? Essa pergunta deveria ser respondida pelo governador do Estado e pelos integrantes da nossa bancada em Brasília. Bem, com eles a palavra.

Por: Vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM