A visita do governador Omar Aziz a
esses locais foi traduzida como um puxão de orelha no prefeito Negão que, prefere
fazer turismo, a levar solidariedade às vítimas da enchente
No
encerramento deste ano que passou, a Prefeitura de Manaus gastou, só em
contratações com artistas de fora, para a festa do Réveillon, a bagatela de R$
1.072.000,00, conforme denúncia do Sindiman (Sindicato dos Músicos do Estado do
Amazonas), devidamente protocolada no Ministério Público do Estado (MPE). Enquanto
cantores e bandas de fora receberam cachês milionários, que variavam de R$ 160.000,00
a R$ 702.000,00, os artistas locais foram humilhados com míseros R$ 2.000,00 e
R$ 4.000,00. Todas as contratações foram feitas sem licitação, na marra, na
calada da noite.
Agora,
alguns jornais noticiam que essa mesma Prefeitura pagou uma bagatela de R$
300.000,00 por um show do Fábio Júnior, na Ponta Negra, por ocasião dos
festejos do Dia do Trabalhador, por conta de um programa intitulado Virada
Cultural. Um absurdo!
O
repertório – nada contra o cantor – de Fábio Júnior, mais para o romântico, tipo
água com açúcar, pouco tem da verdadeira Música Popular Brasileira (MPB), fruto
da criação genial de grandes mestres, a exemplo de Noel Rosa, Adoniran Barbosa,
Chico Buarque, Antônio Carlos Jobim, Vinícius de Morais, Caetano Veloso, Djavan,
Luís Gonzaga, e tantos outros mestres.
Ora,
não seria bem mais racional se a Prefeitura, ao invés de pagar R$ 300.00,00
para o Fábio Júnior cantar na Ponta Negra, contratasse 10 conjuntos locais pelo
preço de R$ 100.000,00, ou seja, R$ 10.000,00 para cada grupo, que se
revezariam no palco, num espetáculo alegre, variado, com cheiro da nossa terra?
A vantagem de contratar artistas daqui é gratificante sob todos os aspectos,
principalmente porque esse dinheiro, além de ajudar essa rapaziada da região, que
hoje nos brinda com uma boa música, também ajudaria a irrigar a economia local.
O que
é revoltante é que, enquanto o Amazonino esbanja o nosso dinheiro com artistas
de fora, os nossos irmãos, vítimas da enchente, que já invade áreas de 14
bairros de Manaus, estão à míngua, totalmente órfãos da Prefeitura. A visita do
governador Omar Aziz a esses locais foi traduzida por todos como um puxão de
orelha no prefeito Negão que, até o presente momento prefere fazer turismo, a
levar solidariedade e auxílio material para milhares de pessoas que enfrentam o
avanço das águas do rio Negro sobre suas moradias. A manchete do Jornal A
Crítica de hoje está perfeita: “Omar Prefeito”. Pessoal, vibrei com a bofetada.
Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão
de Constituição, Justiça e Redação da CMM