sábado, 5 de maio de 2012

AMAZONINO ESBANJA DINHEIRO COM ARTISTAS DE FORA E ABANDONA VÍTIMAS DA ENCHENTE



A visita do governador Omar Aziz a esses locais foi traduzida como um puxão de orelha no prefeito Negão que, prefere fazer turismo, a levar solidariedade às vítimas da enchente
No encerramento deste ano que passou, a Prefeitura de Manaus gastou, só em contratações com artistas de fora, para a festa do Réveillon, a bagatela de R$ 1.072.000,00, conforme denúncia do Sindiman (Sindicato dos Músicos do Estado do Amazonas), devidamente protocolada no Ministério Público do Estado (MPE). Enquanto cantores e bandas de fora receberam cachês milionários, que variavam de R$ 160.000,00 a R$ 702.000,00, os artistas locais foram humilhados com míseros R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00. Todas as contratações foram feitas sem licitação, na marra, na calada da noite.
Agora, alguns jornais noticiam que essa mesma Prefeitura pagou uma bagatela de R$ 300.000,00 por um show do Fábio Júnior, na Ponta Negra, por ocasião dos festejos do Dia do Trabalhador, por conta de um programa intitulado Virada Cultural. Um absurdo!
O repertório – nada contra o cantor – de Fábio Júnior, mais para o romântico, tipo água com açúcar, pouco tem da verdadeira Música Popular Brasileira (MPB), fruto da criação genial de grandes mestres, a exemplo de Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Antônio Carlos Jobim, Vinícius de Morais, Caetano Veloso, Djavan, Luís Gonzaga, e tantos outros mestres.
Ora, não seria bem mais racional se a Prefeitura, ao invés de pagar R$ 300.00,00 para o Fábio Júnior cantar na Ponta Negra, contratasse 10 conjuntos locais pelo preço de R$ 100.000,00, ou seja, R$ 10.000,00 para cada grupo, que se revezariam no palco, num espetáculo alegre, variado, com cheiro da nossa terra? A vantagem de contratar artistas daqui é gratificante sob todos os aspectos, principalmente porque esse dinheiro, além de ajudar essa rapaziada da região, que hoje nos brinda com uma boa música, também ajudaria a irrigar a economia local.
O que é revoltante é que, enquanto o Amazonino esbanja o nosso dinheiro com artistas de fora, os nossos irmãos, vítimas da enchente, que já invade áreas de 14 bairros de Manaus, estão à míngua, totalmente órfãos da Prefeitura. A visita do governador Omar Aziz a esses locais foi traduzida por todos como um puxão de orelha no prefeito Negão que, até o presente momento prefere fazer turismo, a levar solidariedade e auxílio material para milhares de pessoas que enfrentam o avanço das águas do rio Negro sobre suas moradias. A manchete do Jornal A Crítica de hoje está perfeita: “Omar Prefeito”. Pessoal, vibrei com a bofetada.

Por: vereador Mário Frota
Líder do PSDB na CMM
Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM