quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PDT DO AMAZONAS – EXPULSÃO SUMARÍSSIMA AOS TRAIDORES


O PDT, CRIADO E COMANDADO POR LEONEL BRIZOLA, É O MESMO DO CARLOS LUPI? O PDT, no Amazonas e no Brasil, saiu encolhido desta eleição. É verdade que repetiu os 27 deputados federais de quatro anos atrás. No entanto, não elegeu um único governador. Pelo o que se sabe, somente um senador foi eleito: o companheiro Cristovam Buarque. Aqui, no Amazonas, não fez sequer um deputado estadual. O PTD de Brizola, tão forte e poderoso em passado recente, está virando um partido nanico. O velho guerreiro deve estar se virando no túmulo. E não é para menos.

Pelo andar da carruagem, caso nada seja feito para salvar o PDT, o partido vai terminar, no futuro, virando uma agremiação partidária minúscula, sem condições de concorrer senão atrelada a outros partidos maiores, a exemplo do que hoje acontece aqui no Estado. Quem poderia imaginar que o PDT, tão forte quando comandado por Brizola, fosse virar partido satélite, ou seja, igual a muitos que existem por aí em órbita de partidos poderosos.

Nesta última eleição, raríssimos dirigentes do partido no interior do Estado apoiaram os candidatos da sigla. A insubordinação foi quase no total. Agiram no maior despudor no apoiamento ostensivo a candidatos de outras agremiações partidárias.

O que aconteceu em muitos municípios, e isso ouvi de muita gente, é que esse pessoal foi motivado por dinheiro e favores políticos, o que piora ainda mais as coisas. O que entendo é que, se permanecer calada, a direção no estado termina por acatar e até aplaudir o que aconteceu. Alguns integrantes da direção do PTD no estado, entre os quais me incluo, não aceitam essa falta de vergonha aberta e explícita e apóiam uma imediata ação punitiva contra os traidores do PDT.

Pessoalmente, só vejo uma saída capaz de moralizar e redimir o PDT, ora encolhido e enxovalhado, é o imediato afastamento (expulsão), de forma sumaríssima, dos que não honram e jamais vão honrar a história de um partido que foi criado neste país com o propósito de aperfeiçoar as instituições democráticas e defender a liberdade. O PDT que aí está, com certeza não é o do Jefferson Péres e, muito menos, o do Brizola.

Em plena ditadura militar, quando comecei minha carreira política pela oposição, o pequeno MDB, que depois virou PMDB, não se curvava à pressão de nenhum poderoso. Os nossos companheiros e companheiras no interior agiam como guerreiros na defesa dos postulados do nosso partido. Lembro-me que eram perseguidos, muitas vezes até presos, mas nunca recuavam. Foram verdadeiros heróis naqueles tempos nebulosos, de muita opressão. Posso citar aqui muitos nomes, mas isso vou deixar para depois, pois pretendo escrever um livro com propósito de resgatar os nomes de todos os companheiros que, naqueles tempos difíceis da vida nacional, sem medo e com muita bravura, empunharam a bandeira da liberdade em nosso estado.

Que diferença daqueles tempos para hoje.

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM

ELEIÇÕES 2010 – QUANTO A VANESSA GASTOU PARA SE ELEGER?



HOUVE MAIS CORRUPÇÃO ELEITORAL NA ÉPOCA DA DITADURA, OU AGORA, NA DEMOCRACIA? (Leia e tire as suas conclusões). Por que as campanhas políticas estão cada vez mais caras? O limite parece ser o infinito. Afinal de contas, pode um candidato hoje, sem dinheiro, conseguir se eleger a alguma função pública? Pessoalmente, acredito que não. Basta olhar na internet, no portal do TRE, para saber que não.

Nem mesmo na época da ditadura vi coisa igual. Lembro-me que, em 1982, quando Mestrinho foi eleito governador do Estado (na época eu era deputado federal e candidato à reeleição), fui abordado pelo então deputado federal Vilvaldo Frota, que à época integrava o PDS, o partido que apoiava o regime militar, que foi logo me dizendo: “Mário, um candidato a deputado federal do partido de vocês, o Carlos Alberto De Carli, está inflacionando a campanha”. E me deu um exemplo, naturalmente que hipotético: “Quem antes pedia 5, agora pede 500, e vai por aí”.

É bom que se diga que as campanhas dos candidatos do partido ligado ao regime autoritário, então no poder, eram acanhadas, pobretonas, comparadas às campanhas milionárias, a peso de ouro, de hoje. Exemplo: o Fábio Lucena venceu a eleição para o Senado em l978, que lhe foi roubada na abertura das últimas urnas, no município de Atalaia do Norte, região do Alto Solimões, sem um centavo no bolso. Fábio viajava comigo, ou com outro candidato, mas ia logo dizendo: “Companheiros eu não tenho dinheiro para custear nem passagens e nem hospedagem”. Eu, o José Dutra, ou outro candidato do nosso partido, com prazer assumíamos as despesas do Fábio, pois, o importante é que ele, pela sua capacidade de liderança e oratória invulgar, estivesse ao nosso lado.

Vejamos hoje quanto está custando um mandato de senador da República. A Vanessa Grazziotin declarou ao TRE que gastou 4,5 milhões de reais para se eleger. Ora, esse é o gasto declarado. E o peso da máquina administrativa do Estado na campanha, não conta? E o peso da estrutura administrativa dos municípios, também não conta? Somando tudo, ou seja, dinheiro declarado e os recursos das máquinas do estado e dos municípios, quando gastou mesmo a Vanessa para se eleger senadora?

Em 1986, eu para o senado e o Arthur Virgílio para o governo, fizemos uma campanha franciscana, posso dizer que miserável. Não tivemos dinheiro para colocar placas (outdoor) nas ruas. Não podíamos pagar sequer um estúdio para gravar o programa político. O equipamento que conseguimos para fazer as gravações para o programa político era do tipo amador. A gravação, pela ausência de uma sala com proteção acústica, era tão ruim que as pessoas ouviam as mensagens dos candidatos misturadas com o ruído dos ônibus que passavam na rua e a buzina de carros. Foi a campanha do centavo contra o milhão. Resultado: o Arthur venceu em quase a metade dos municípios do interior, inclusive em Eirunepé, a terra do Amazonino, enquanto, no meu caso, todo mundo sabe que venci nas urnas, mas a fraude falou mais alto e, na fase da apuração, no maior cinismo explícito, roubaram o meu mandato.

Por que hoje, quando respiramos o ar da democracia, as eleições, sabidamente, estão mais caras e corruptas? Essa pergunta quem tem que responder é o TSE, o TRE, a Polícia Federal, o Ministério Público, enfim, todos os órgãos legalmente responsáveis por uma eleição limpa e democrática no país. Amigos meus do interior me afirmaram, depois desse pleito, que nunca presenciaram eleição mais corrupta. O preço do voto no interior oscilava de R$ 50,00 a R$ 100,00, ou até o tamanho do bolso do candidato.

Foram 21 anos de luta para que o povo voltasse a ter o direito de eleger os seus governantes, de vereador a presidente da República. O único avanço que ocorreu, pelo menos aqui no Amazonas, foi a rapidez da apuração. Antes, os políticos corruptos compravam votos geralmente nos dias da apuração, enchendo o bolso dos mesários e até de juízes com muito dinheiro. Agora, com a urna eletrônica, a tática mudou e a compra é feita antes. E é o que criminosamente está acontecendo, principalmente nos grotões do interior, onde a fiscalização do TRE e dos partidos é deficiente, basicamente não existe.

Por: vereador Mário Frota

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

Líder do PDT na CMM