Pelo andar da carruagem, caso nada seja feito para salvar o PDT, o partido vai terminar, no futuro, virando uma agremiação partidária minúscula, sem condições de concorrer senão atrelada a outros partidos maiores, a exemplo do que hoje acontece aqui no Estado. Quem poderia imaginar que o PDT, tão forte quando comandado por Brizola, fosse virar partido satélite, ou seja, igual a muitos que existem por aí em órbita de partidos poderosos.
Nesta última eleição, raríssimos dirigentes do partido no interior do Estado apoiaram os candidatos da sigla. A insubordinação foi quase no total. Agiram no maior despudor no apoiamento ostensivo a candidatos de outras agremiações partidárias.
O que aconteceu em muitos municípios, e isso ouvi de muita gente, é que esse pessoal foi motivado por dinheiro e favores políticos, o que piora ainda mais as coisas. O que entendo é que, se permanecer calada, a direção no estado termina por acatar e até aplaudir o que aconteceu. Alguns integrantes da direção do PTD no estado, entre os quais me incluo, não aceitam essa falta de vergonha aberta e explícita e apóiam uma imediata ação punitiva contra os traidores do PDT.
Pessoalmente, só vejo uma saída capaz de moralizar e redimir o PDT, ora encolhido e enxovalhado, é o imediato afastamento (expulsão), de forma sumaríssima, dos que não honram e jamais vão honrar a história de um partido que foi criado neste país com o propósito de aperfeiçoar as instituições democráticas e defender a liberdade. O PDT que aí está, com certeza não é o do Jefferson Péres e, muito menos, o do Brizola.
Em plena ditadura militar, quando comecei minha carreira política pela oposição, o pequeno MDB, que depois virou PMDB, não se curvava à pressão de nenhum poderoso. Os nossos companheiros e companheiras no interior agiam como guerreiros na defesa dos postulados do nosso partido. Lembro-me que eram perseguidos, muitas vezes até presos, mas nunca recuavam. Foram verdadeiros heróis naqueles tempos nebulosos, de muita opressão. Posso citar aqui muitos nomes, mas isso vou deixar para depois, pois pretendo escrever um livro com propósito de resgatar os nomes de todos os companheiros que, naqueles tempos difíceis da vida nacional, sem medo e com muita bravura, empunharam a bandeira da liberdade em nosso estado.
Que diferença daqueles tempos para hoje.
Por: vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM