Esse
é o Eron e a Vanessa que eu conheço. Cínicos e covardes usam, como bucha de canhão,
pessoas inocentes para fazer o jogo político deles.
Ninguém
é contra manifestações pacíficas, de caráter reivindicatório. Como político que
enfrentou a ditadura militar, confesso que sou favorável a todas, de qualquer
categoria. O que não posso ver é político frustrado, derrotado nas urnas,
usando um bando de inocentes úteis para promover quebra-quebra em edifícios
públicos, a exemplo do badernaço orientado pelo PCdoB do Eron Bezerra e da
Vanessa Grazziotin, ocorrido nesta semana em frente à Prefeitura de Manaus.
Tem
gente sem qualquer escrúpulo, capaz de fazer odiosas manobras, tudo com o torpe
objetivo de ganhar prestígio político junto às massas. Aqui, passo a reproduzir
fato que presenciei e jamais vai me sair da memória, ocorrido no último mandato
de Amazonino à frente do Governo do Estado.
No
fim do terceiro ano de governo do dito Amazonino, os professores do Estado
resolveram sair às ruas para reivindicar por aumento de salário. Em assembléia geral,
ficou decidido que os professores sairiam do centro de Manaus, em ônibus, automóveis
e qualquer outro tipo de veículo rumo ao palácio estadual, sito na Torquato Tapajós,
nas proximidades da Feira Agropecuária.
Acompanhou
a caravana dois deputados estaduais, no caso eu e o Eron, e a Vanessa Grazziotin
que, à época, era deputada federal. Em chegando lá, deparamo-nos com um
verdadeiro aparato bélico para recepcionar os professores. Os portões do terreno
onde ficava o palácio estavam fechados. Dentro, poder-se-ia ver uns 100 ou mais
policiais equipados com escudos, armas de fogo e longos cassetetes de madeira.
Pelo
portão apenas nós, os parlamentes, tiveram autorização para passar. Ao nosso
encontro veio um tenente-coronel que, depois dos cumprimentos, foi logo
dizendo: “o governador mandou dizer-lhes que pode recebê-los, mas sem a presença
dos professores”. E aí perguntei: ‘o que os senhores vão fazer se os
professores resolverem entrar’? A resposta foi lacônica: “a ordem é baixar o
pau”.
Percebendo
que o Eron e a Vanessa estavam na intenção de aconselhar os professores a
invadir o palácio do governo, o tenente-coronel puxou-me para um canto e me fez
um apelo: “deputado, por favor, não deixe que isso aconteça, pois, na minha
família tenho vários parentes que são professores, incluindo duas irmãs. A
ordem é bater. Como fazer isso sabendo-se que, muitos dos que estão aí, podem ser professores dos nossos filhos? Por
favor, me ajude”.
Depois
de ouvir o comandante da tropa, fiz um apelo ao Eron e à Vanessa no sentido de
que não deveriam incentivar os professores a ultrapassar os portões do terreno
do palácio. Os dois reagiram e me responderam que eram a favor “porque a
opinião pública ficaria do lado dos mestres caso eles, ali, sofressem um
massacre”. Horrorizado, discordei: ‘colegas, se isso acontecer esse pessoal vai
apanhar muito, pode até haver derramamento de sangue’. “Que nada”, discordou
Eron, “é bom para o movimento dos professores se houver derramamento de
sangue”. Voltei a ponderar: ‘Eron e
Vanessa será que vocês fariam isso se o sangue fosse o de vocês’?
A
seguir, ameacei os dois: ‘caso esses pobres professores sofram um massacre por
culpa da irresponsabilidade de vocês, acreditem que vou denunciá-los à imprensa’.
As minhas palavras foram água na fogueira,
pois, em seguida se aproximaram dos professores, aconselhando-os a retornar às
suas casas.
Esse
é o Eron e a Vanessa que eu conheço. Cínicos e covardes usam, como bucha de canhão,
pessoas inocentes para fazer o jogo político deles. Ressentidos com a derrota
na última eleição vão continuar destilando ódio, a exemplo dos garotos que ora
financiam para promover baderna, com o torpe propósito de atingir o Artur
Virgílio Neto. O casal 60 não vai mudar muito. É do caráter deles ficar por
trás de badernaços como esse que envolveu estudantes à porta da prefeitura.
*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de
Constituição, Justiça e Redação da CMM.