domingo, 14 de abril de 2013

ERON: “É BOM PARA O MOVIMENTO SE HOUVER SANGUE”.


Texto: Vereador Mário Frota*
Esse é o Eron e a Vanessa que eu conheço. Cínicos e covardes usam, como bucha de canhão, pessoas inocentes para fazer o jogo político deles.
Ninguém é contra manifestações pacíficas, de caráter reivindicatório. Como político que enfrentou a ditadura militar, confesso que sou favorável a todas, de qualquer categoria. O que não posso ver é político frustrado, derrotado nas urnas, usando um bando de inocentes úteis para promover quebra-quebra em edifícios públicos, a exemplo do badernaço orientado pelo PCdoB do Eron Bezerra e da Vanessa Grazziotin, ocorrido nesta semana em frente à Prefeitura de Manaus.   
Tem gente sem qualquer escrúpulo, capaz de fazer odiosas manobras, tudo com o torpe objetivo de ganhar prestígio político junto às massas. Aqui, passo a reproduzir fato que presenciei e jamais vai me sair da memória, ocorrido no último mandato de Amazonino à frente do Governo do Estado.
No fim do terceiro ano de governo do dito Amazonino, os professores do Estado resolveram sair às ruas para reivindicar por aumento de salário. Em assembléia geral, ficou decidido que os professores sairiam do centro de Manaus, em ônibus, automóveis e qualquer outro tipo de veículo rumo ao palácio estadual, sito na Torquato Tapajós, nas proximidades da Feira Agropecuária.
Acompanhou a caravana dois deputados estaduais, no caso eu e o Eron, e a Vanessa Grazziotin que, à época, era deputada federal. Em chegando lá, deparamo-nos com um verdadeiro aparato bélico para recepcionar os professores. Os portões do terreno onde ficava o palácio estavam fechados. Dentro, poder-se-ia ver uns 100 ou mais policiais equipados com escudos, armas de fogo e longos cassetetes de madeira.
Pelo portão apenas nós, os parlamentes, tiveram autorização para passar. Ao nosso encontro veio um tenente-coronel que, depois dos cumprimentos, foi logo dizendo: “o governador mandou dizer-lhes que pode recebê-los, mas sem a presença dos professores”. E aí perguntei: ‘o que os senhores vão fazer se os professores resolverem entrar’? A resposta foi lacônica: “a ordem é baixar o pau”.
Percebendo que o Eron e a Vanessa estavam na intenção de aconselhar os professores a invadir o palácio do governo, o tenente-coronel puxou-me para um canto e me fez um apelo: “deputado, por favor, não deixe que isso aconteça, pois, na minha família tenho vários parentes que são professores, incluindo duas irmãs. A ordem é bater. Como fazer isso sabendo-se que, muitos dos que estão aí,  podem ser professores dos nossos filhos? Por favor, me ajude”.
Depois de ouvir o comandante da tropa, fiz um apelo ao Eron e à Vanessa no sentido de que não deveriam incentivar os professores a ultrapassar os portões do terreno do palácio. Os dois reagiram e me responderam que eram a favor “porque a opinião pública ficaria do lado dos mestres caso eles, ali, sofressem um massacre”. Horrorizado, discordei: ‘colegas, se isso acontecer esse pessoal vai apanhar muito, pode até haver derramamento de sangue’. “Que nada”, discordou Eron, “é bom para o movimento dos professores se houver derramamento de sangue”.  Voltei a ponderar: ‘Eron e Vanessa será que vocês fariam isso se o sangue fosse o de vocês’?
A seguir, ameacei os dois: ‘caso esses pobres professores sofram um massacre por culpa da irresponsabilidade de vocês, acreditem que vou denunciá-los à imprensa’.  As minhas palavras foram água na fogueira, pois, em seguida se aproximaram dos professores, aconselhando-os a retornar às suas casas. 
Esse é o Eron e a Vanessa que eu conheço. Cínicos e covardes usam, como bucha de canhão, pessoas inocentes para fazer o jogo político deles. Ressentidos com a derrota na última eleição vão continuar destilando ódio, a exemplo dos garotos que ora financiam para promover baderna, com o torpe propósito de atingir o Artur Virgílio Neto. O casal 60 não vai mudar muito. É do caráter deles ficar por trás de badernaços como esse que envolveu estudantes à porta da prefeitura. 

*Advogado;
*Líder do PSDB na CMM;
*Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da CMM.