E o Amazonino se faz de mouco, surdo das orelhas. As obras da Copa estão todas ainda por começar. Fala-se
Tudo bem. Primeiro nos falta infra-estrutura. Não adianta construir apenas o novo estádio e o monotrilho. Por enquanto é tudo o que se fala. Mas Manaus não tem aeroporto à altura da Copa, levando-se em consideração que está absolutamente defasado para o crescimento e importância da cidade. Assim como não temos um porto para transporte regional e uma rodoviária, pois a que aí está não sofre uma reforma há 30 anos e não serve mais para nada, pois está em situação precária, caindo aos pedaços.
Manaus só tem a mostrar ao turista o Teatro Amazonas e a Ponta Negra. Ninguém fala no monumento que o grande arquiteto Oscar Niemayer projetou para o encontro das águas. Na gestão Serafim, na condição de vice-prefeito, fui ao Rio de janeiro conversar com o mestre Niemayer para que ele aceitasse projetar a obra. Em princípio ele relutou sob alegação de que tinha muitos compromissos. Insisti fazendo-lhe ver que, em toda a Amazônia, ele só tinha uma obra projetada: o memorial dos cabanos em Belém do Pará, na Amazônia Oriental. ‘A Amazônia Ocidental precisa ter um projeto seu, doutor Niemayer. Dê-nos essa honra’, ponderei.
Finalmente resolveu aceitar. O projeto foi elaborado. O município de Manaus pagou-lhe seiscentos mil reais. O Serafim fez uma festa no local onde o projeto seria construído. Houve queima de fogos, discurso e cantoria. Apesar das minhas insistências, o Serafim terminou o mandato sem colocar um prego no projeto. Como vereador, tenho da tribuna, feito apelos dramáticos ao prefeito Amazonino para que construa o projeto de Niemayer.
O Serafim fugiu das suas responsabilidades para com o projeto e o Amazonino se faz de mouco, surdo das orelhas. No entanto, depois de pronto, o projeto do mirante do encontro das águas passará a ser o referencial mais importante para turismo no estado. No mundo inteiro há teatros, alguns muito mais bonitos e suntuosos do que o nosso. O que não existe em lugar nenhum, é um encontro de dois dos maiores rios do planeta, que se chocam num espetáculo paradisíaco, de imensa força telúrica, sem igual em todo mundo.
Por que não incluir para 2014, quando Manaus precisa estar preparada para receber milhares de pessoas de fora, o Parque do Encontro das Águas? Será que já não é chegada a hora de apresentarmos oficialmente ao mundo o monumento em homenagem às águas de autoria do grande arquiteto Oscar Niemayer, um dos maiores mestre da historia da arquitetura?
Por: Vereador Mário Frota
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM
Líder do PDT na CMM